Phil Campbell and the Bastard Sons

Kings of the Asylum
2023 | Nuclear Blast | Hard rock, Heavy metal

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Ainda há vida nestes “Bastard Sons” dos Motörhead, que Phil Campbell fundou com os seus próprios “Bastard Sons” para manter um extra factor feel good nisto de brincar ao rock, fazendo-o em família. E fazendo-o bem, como o tão simples “Kings of the Asylum” vem mostrar.

É aquele álbum de lavagem. Quando já consumimos tudo o que seja mais esquisito, extraordinário ou fora-de-série e a vontade é mesmo só de ouvir uma rockalhada que tenha força. Não falta nada em “Kings of the Asylum,” já o terceiro disco deste colectivo familiar que tem no vocalista Joel Peters, a substituir o ex-Attack! Attack! Neil Starr, a única novidade que se possa apontar. De resto, a fórmula está intacta, que isto é daquelas refeições de conforto que… Mexer na receita é estragar. Até nos marimbamos para a linha entre o hard rock e o heavy metal, no final de tanto abanar a cabeça até ficamos perfeitamente felizes em ter isto como rock, só assim, sem prefixos ou sufixos.

Com pormenores a apontar, com décadas de influência que se sintam, com legados a fazer efeito. A melodia orelhuda aponta mais ao rock contemporâneo que às arenas de outros tempos, mas os riffs e o músculo vêm direitinhos das décadas de 70 e 80. Sem renegar a sua forma mais revivalista, mas bem feita, para gosto daquele que fique com o estômago às voltas com os Buckcherry desta vida. Há heavy metal do mais festivo em “Too Much Is Never Enough,” mais NWOBHM em “Ghosts” e quase épico na faixa-título. E se acham que fogem à referência óbvia de Motörhead, esqueçam isso, “The Hunt” será uma das favoritas e “No Guts! No Glory!” é tributo, mesmo vindo de dentro. Nem um cringezinho juvenil em “Maniac” falha, como se um puto de 15 anos tivesse escrito a “We Didn’t Star the Fire.” E fica um disco completo. Nunca voltará a haver Motörhead, nem há razão para isso, mas é bom ver os herdeiros a seguir bons caminhos. Gostamos muito dos álbuns distintos, originais, que impressionam, que inovam, essas coisas todas. Depois há dias em que o que se quer é um conjunto de malhas simples e haja sempre uns bastardos a administrar um asilo como este.

Músicas em destaque:

Too Much Is Never Enough, Kings of the Asylum, The Hunt

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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