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Já está tudo inventado. É mesmo, eventualmente esgota-se o que é verdadeiramente novo, ou então as tentativas de inventar algo são de valer mais ficar quieto. Isso origina novas modas como os revivalismos. Que origina uma outra resposta, a da recusa desse termo. Desconhecendo pessoalmente os membros dos Suecos Portrait, não podemos realmente traduzir a sua reacção, mas não lhes chamem revivalistas. Eles apenas tocam heavy metal, assim mesmo como ele é, e como acham que devia ser.
“At One with None,” já o quinto, é o novo álbum que continua a missão dos Portrait em localizar-se tanto no presente como na década de 80. Basta isso para aclamarmos isto, ninguém está aqui a forçar alguma coisa, a copiar os discos todos dos 80s para ter a certeza que soa igual. A abordagem é honesta e ainda situa esta música no presente. E presta tributo aos grandes do passado, mas não se encosta exclusivamente a eles nem recorre ao plágio para tentar fazer de conta que são contemporâneos. Os Portrait ainda cumprem aquele cliché do “tanto podia ter sido lançado hoje como há uns 35 anos trás” mas, em clichés, ficam-se por aí – mesmo que os tiques todos do heavy metal tradicional estejam lá, tratamos-los de forma e por termos diferentes.
As referências utilizadas, de forma maioritariamente favorável, mantêm-se: Mercyful Fate e King Diamond. No sentido recomendável e de aclamar a voz de Per Karlsson. E partindo daí, saúdam imensas vertentes do heavy metal mais clássico: a irreverência Britânica dos Judas Priest espreita por alguns riffs e a orientação épica conterrânea dos Iron Maiden escapa nalguns dos seus momentos mais progressivos como em “Ashen.” O power metal – do clássico, do bom – tem sangue Europeu de fazer erguer punhos de fãs de Grave Digger, mas também não tem qualquer vergonha em prestar vénias ao movimento Americano de Manilla Road ou uns Metal Church menos thrasheiros. E contudo, descolam-se com facilidade das referências e criam o seu próprio monstro. Com suficiente honestidade para evitar o factor tacky da recriação, à força toda, da velha glória,– pode sair daqui um olhar de esguelha para os Enforcer, sim – e com malhas que compensem a tão condensada produção, principal defeito a ser apontado a “At One with None.” Sem passar muito daí. Porque podemos celebrar os 80s, claro, e estamos sempre a fazê-lo. Mas aqui, apenas celebramos o heavy metal, só assim, e os Portrait.
At One with None, Ashen, Shadowless
Mercyful Fate, King Diamond, RAM