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Era deixar para os próprios punks a detenção do punk. Como a guitarrada no chão retratada na capa de “London Calling” dos The Clash pode ser vista com essa simbologia, também dos contemporâneos Pistols saiu um Johnny Rotten com vontade de ser um civil John Lydon e criar álbuns extremamente influentes para o pós-punk, como “Metal Box” ou, anos mais tarde, com a acessibilidade alternativa de “Album,” dos seus Public Image Ltd., ou PiL, quando nos deixam abreviar a coisa.
“End of World” pode ser uma surpresa para muitos que não andem tão atentos e nem tenham reparado que esta entidade ainda cá anda. E também pode vir com receios: afinal, o que esperar de um Lydon velho e louco nos dias de hoje? De tudo, até umas risadas, essas para o bem e para o mal. Segue a mesma linha de “What the World Needs Now…” de 2015. Uma fenda saudável entre discos, mesmo que não nos deixe ainda ver se esta remessa de álbuns pós-reunião é bom ímpeto ou arrasto. O próprio “End of World” é assim. Tem momentos de bom ímpeto com canções interessantes, seguidas de um corte por uma ou outra mais embaraçosa, e eventualmente lá se começa a arrastar. Até a sua abordagem é mista: tem tanto de moderno como de throwback ao pós-punk dos 80s – no seu mais inocente em “Pretty Awful” e mais sinistro em “Down on the Clown” – ou a eles próprios – com “End of the World” a remontar ao seu êxito “Rise.”
No final, fica um álbum que despertará diferentes emoções. A prestação de Lydon, assente em letras muitas vezes embaraçosas e a dar para o “old man yells at clouds,” mas com aquela entrega tão característica e reconhecível, pendendo por vezes para o sério, – dá para uma faixa mais envolvente como “Hawaii” – mas também perdendo-se no total disparate ,- “The Do That” – ou é um destaque ou um autêntico estorvo, dependendo da óptica. O “MVP” disto tudo será sempre o baixo, com batidas e basslines a ser realmente o que nos prende, mantendo-se o instrumento bem entregue a Scott Firth desde a reunião. É o que ajuda a destacar canções como “Penge,” “Car Chase” ou “Strange.” Surpreendentemente memorável, quando se sobressai, e fica um álbum bastante misto, o que até acaba por trazer alívio por sabermos que podia ser pior. Se calhar bastava uma parvoíce divertidíssima como a “Shoom,” que fechou o álbum anterior, e a apreciação por esta obra disparava.
Penge, Car Chase, Down on the Clown
Sex Pistols, Pere Ubu, Talking Heads