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Cá estamos nós outra vez, parece que foi há pouquíssimo tempo. Não, desta vez foi mesmo, é desde esta mesma Primavera passada que nos estamos a acostumar a uma novidade dos Red Hot Chili Peppers, eles que nunca foram de nos dar doses pequenas. Causa sempre algum cepticismo esta rapidez. Lá porque pareça compensação por algumas das suas maiores fendas discográficas temporais, de cinco a seis anos, a esta altura do campeonato, justificam-se perfeitamente. Que novidade tão urgente existirá no novo “Return of the Dream Canteen”?
É muito difícil não questionar a pertinência de mais um disco, sem esperar uma compilação de sobras de “Unlimited Love,” esse mesmo já com o seu filler. Mesmo que acreditemos que muito do que aqui está já constasse nos bolsos de John Frusciante há uns bons anos para quando inevitavelmente regressasse. Ou então este é que é o disco que realmente parte dele, em vez da recriação de êxitos não-oficial que pudesse ter sido “Unlimited Love.” Mais psicadélico, mais dreamy, mais experimentalista no que diz respeito aos caminhos pela música mais pop por entre todos os tiques habituais dos hiperactivos Chili Peppers que conhecemos. A bizarra imagem da capa é fácil e regularmente recriada nesta longa lista de canções. Continuam a desfilar as suas assinaturas todas, mas para dar o braço a torcer perante a duvidosa decisão de tanta música seguida, parecem existir mais canções sólidas em “Return of the Dream Canteen” do que no seu antecessor.
O factor melódico mantém-se básico, sem que isto esteja cheio de canções que se colem de imediato, mas todas têm a sua subtileza orelhuda. Kiedis continua a ser um louco disparatado sobre uma secção rítmica inconfundível e um Frusciante, que é o óbvio “MVP” deste disco. Traz-nos muita melodia estival à “By the Way,” muito riff funk e muito power chord para as rockalhadas mais fortes, das que não se fazem sentir tanto desde o “One Hot Minute,” mal amado disco do qual não faz parte. Há muito boas canções para enriquecer o repertório como “Tippa My Tongue,” “Peace and Love,” “Eddie,” “Fake as Fu@k,” My Cigarette” ou “The Drummer” mas também volta a haver gorduras removíveis. Podemos entender mesmo que dava para fazer um sólido a partir destes dois últimos. É o problema dos excessos. Há muita coisa boa em “Return of the Dream Canteen” mas a digestão torna-se difícil quando estamos mais empanturrados.
Eddie, My Cigarette, The Drummer
do Californication, do By the Way e, claro… do Unlimited Love