Então e se a disposição já não permitir mais coisas que soem mais polidas, limpas e formatadas? Claro que temos uma panóplia de estilos que são a antítese disso, mas tomemos um exemplo fiável por representar tão bem aquilo que pretende. E vamos ao pântano. Onde os riffs são fétidos. Vamos ao início da década de 90, mas no presente. E sem sair aqui do canto ibérico onde não parece realmente faltar alguma coisa. “Resurge from Underneath” é um título adequado, que isto só pode ter vindo de baixo. E uns bons palmos abaixo.

Fazemos as nossas vénias aos Resurge por não pretenderem enganar alguém: o death metal que praticam é muito simples e de raiz. A missão deles não é inventar coisa alguma, mas sim trazer ali a transição da década de 80 para 90 para os dias de hoje e, se possível, alguns ares da Florida ali para os lados de Tomar, de modo a que se alastre para todo o país e além, se tiver o que merece. A partir daí importa que haja sangue na guelra para que este death metal de composição conhecida vá para o “referencial” em vez do “genérico” e faça a brincadeira do “old school” evitando o “datado” e sucedendo no “intemporal.”

Conseguem-no e, mesmo tendo boa companhia por cá, – felizmente! – já prometem vir a destacar-se. Não são nenhuns novatos na cena, mesmo apresentando o primeiro longa-duração e sente-se já a maturidade neste death metal podre. Riffs de lhes mandarmos um cesto de fruta – essa não convém estar tão podre – em agradecimento. E, a moldar uma identidade mesmo que ainda bastante próxima das suas referências, e preferindo o misterioso e cavernoso ao gore violento mais gratuito, é capaz de agradar a fãs de Cannibal Corpse de antigamente, Death antes da técnica toda, Massacre, criar umas atmosferas à Morbid Angel e sacar de uma passada bem à Obituary. Por cá já prometem há muito tempo. A ter debaixo de olho em palcos pelo país fora.