Ora aí está o novo álbum dos Revenge. O muito distinto novo álbum dos Revenge. “Violation.Strife.Abominate,” portanto é o que tem o título constituído por três palavras de semântica hostil, separadas por pontos. Também é o que tem uma capa minimalista, a preto e branco, provocadora. Ah e também é aquele que é um cagaçal pegado de início ao fim. Pronto, assim já saberão exactamente qual dos sete – já! – álbuns é este. Pois.

Não é segredo que há pouquíssima variedade na caótica música dos Revenge. Assim que se definiu a sua catastrófica fusão de black e death metal, injectada de crust, grind e muito ódio, assim que se definiu o barulho que estavam dispostos a fazer, que ficou selado que seria assim sempre. Até já devem brincar com o assunto e, com certeza, estão a marimbar-se para quem queria virar o disco e que não tocasse o mesmo. Não são banda para isso, soam exactamente a quem escarra para quem os queira contrariar. Está tudo bem carregado de riffs cheios de peso, intensidade e badalhoquice, que são realmente os principais pontos de distinção entre temas. James Read ainda berra, grunhe, ruge, ladra e degola-se – é o que se encontra para tentar descrever o que se passa na “Strife Invocation.” Querem mais que isso?

Até se entendem os ouvintes mais exigentes. Já que, por muito agressivo que isto seja, tem o impacto cortado pela falta de surpresa. Os discos têm sido mais espaçados ultimamente, as fendas temporais entre eles vão aumentando, mas não deixam de ser 25 anos, sete álbuns, a fazer disto. E há que admitir que é preciso um nível de fã acérrimo difícil de atingir para distinguir todos os álbuns, e isso já a começar pela brincadeira dos títulos e das capas. Parecendo que não, é isso que pode originar o pior que pode acontecer a música como a dos Revenge: perder o impacto e deixar-se amolecer. Portanto o obstáculo de “Violation.Strife.Abominate” é o mesmo que o seu ponto forte: é Revenge como sempre foi. É mais do mesmo? É. Mas é rodá-lo outra vez, do início, para ouvir o quanto eles querem saber disso.