Saxon

Hell, Fire and Damnation
2024 | Silver Lining Music | Heavy metal

Partilha com os teus amigos

E mais Saxon. Originais e não com covers. Ou inspirações, assim lhes chamam. Mas pronto, com essa brincadeira dos álbuns de covers, que lá têm o seu valor questionável, debatível e variável, desde 2021 que temos tido Saxon todos os anos. “Hell, Fire and Damnation” completa apenas uns 24 discos, 26 se contarmos os tais de covers. Portanto ainda estarão, com certeza, à procura da sua identidade. Só vão quase uns cinquenta anitos de carreira também, portanto são uns jovens promissores, com certeza.

É assim que se ironiza a necessidade de contextualização dos Saxon e do seu legado. Nem é preciso recorrer à enciclopédia da New Wave of Britih Heavy Metal, ou de todo o metal na sua forma tradicional e melódica. Eles já estão na capa. E não exigimos a este “Hell, Fire and Damnation” que seja um novo “Wheels of Steel” ou “Strong Arm of the Law.” Agradados que ficámos com “Carpe Diem,” já nos contentamos com um sucessor digno. E desde que a linha entre o bom “cheese” e a quasi-paródia se mantenha tão ténue como sempre, está tudo certo. Foi assim que os Saxon se fizeram lendários e lideraram a sua cena. Isto é adoração à chama, ao aço e ao campo de batalha. Cabem piratas e bruxas e só trocamos as vestimentas de guerra por um ocasional cabedal. É heavy metal, caramba!

Épico desde a introdução cinemática e reforçado logo pelo primeiro riff. É Saxon, sem dúvida. Capazes de ainda fazer malhas como “Madame Guillotine” ou a tão Judas Priest “Kubla Khan and the Merchant of Venice.” A voz de Biff Byford esqueceu-se de envelhecer por completo mas, mesmo quando soa a um septuagenário, soa a um tremendo septuagenário talentoso e o trabalho de guitarra de Paul Quinn continua impecável. Retirar-se-á das digressões, mas nada temam: quem o substituirá ao vivo será “apenas” Brian Tatler dos Diamond Head. Um manual de instruções do heavy metal clássico que aqui está. Tiveram uma década de 90 tão difícil como muitos dos seus colegas, mas quase que estamos tentados a dizer que, desde o “Killing Ground,” nem têm o direito de fazer tanto álbum bom ainda. Vale que o enorme respeito sobrepõe-se a essa tentação. “Hell, Fire and Damnation” é mais uma batalha vencida pelos Saxon. Isto é sempre assim? É, mas se calhar é porque só assim é que deve ser!

Músicas em destaque:

Madame Guillotine, Fire and Steel, Kubla Khan and the Merchant of Venice

És capaz de gostar também de:

Judas Priest, Diamond Head, Satan


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos