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Esta era pandémica toca a todos. A indústria musical, das mais afectadas, viu-lhe ser surripiada uma parte essencial que foi o palco, montado em frente a um público composto. Enquanto o formato álbum ganhou toda uma nova relevância, outros actos talvez pudessem não se sentir confortáveis em lançar trabalhos novos sem os levar para a estrada e lá fazem algumas coisas para empatar. Não significa que seja o caso dos Saxon, se calhar até queriam fazer isto há muito tempo, mas têm aqui um belo chouriço, se permitem tal calão. Podia ser o álbum ao vivo, para nos deprimir com os sons de públicos em êxtase, mas não é. Peguem lá um álbum de covers. Chamado “Inspirations” para não enganar ninguém, e tudo.
E são os Saxon, lendas da New Wave of British Heavy Metal, quase a encher uma mão na contagem das décadas de carreira. Logo já são veteranos entre veteranos. E não abordam, com curiosidade, aquilo que veio depois deles. O disco chama-se “Inspirations,” é claro que vão ser os dinossauros do rock que eles e todos depois deles cresceram a ouvir. São nomes tão “desconhecidos” como Beatles, The Rolling Stones, Led Zeppelin, Black Sabbath, AC/DC, Deep Purple, Jimi Hendrix, Motörhead, entre outros mais. Os bons básicos. E o que alteram às canções? Eles já estavam a alertar antes do lançamento: nada. É uma banda a divertir-se a tocar dos mais célebres e até batidos hinos, sem procurar uma selecção menos óbvia de temas: é uma “Paint It Black” ou uma “Immigrant Song,” que já foram tantas vezes tocadas, tanto por talentosos artistas consagrados, como por grupos de garagem no concurso de bandas no quartel dos bombeiros. Felizmente os Saxon caem na primeira categoria.
Claro que também não havia muita coisa que iam poder alterar. Quem raio ia tentar rearranjar um hino como a “Immigrant Song”? Mudar-lhe o riff? E qual seria o acto terrorista a seguir? Realmente nada a apontar contra as canções, tão bem executadas na sua intencional fidelidade, mesmo que também não se encontre grande propósito para este álbum de versões – nunca há, propriamente. Serve para ouvir uns “velhotes” a rockar e a divertir-se a reproduzir as malhas dos ídolos, entretermo-nos enquanto esperamos um potencial sucessor a sério de “Thunderbolt” e para alguns, que não queiram admitir, reconhecerem o malhão que a “Hold the Line” dos Toto é. Um “Inspirations” pouco inspirativo e a servir para pouco, mas são os Saxon, com nada a provar, e com 22 álbuns a anteceder este, e isso não é brincadeira nenhuma. Dá para algumas audições. Depois até pode ficar parado na prateleira, mas para o lixo não vai.
Immigrant Song, Bomber, Hold the Line
Qualquer hard rock da velha-guarda!