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Sightless Pit é um nome novo na cena mas os seus integrantes não, nem do público e muito menos uns dos outros. Passemos às apresentações para abrir: Kristin Hayter (Lingua Ignota), Dylan Walker (Full of Hell) e Lee Buford (The Body). Como apenas a enumeração dos membros do projecto já diz tanto sobre como soa “Grave of a Dog,” o álbum de estreia.
As três bandas/projectos dos membros dos Sightless Pit são perfeitamente detectáveis no monstro sonoro que é “Grave of a Dog.” Se até dá para considerar qualquer destes medonhos temas como algo que pudesse fazer parte de um disco assinado pelos nomes supracitados, também há a “falta” de alguns factores que os retire de lá: falta a parte clássica para ser Lingua Ignota, não há riffalhada descontrolada que pertença a Full of Hell e não é The Body sem a guinchadeira desenfreada do costume. “Love Is Dead, All Love Is Dead” é o tema que mais soa a algo que pudesse estar no “Caligula” mas de resto, Sightless Pit faz as suas três entidades, que já tantas vezes trabalharam juntas, encontrar-se num escuro, ruidoso e enevoado centro que lhe dá uma sonoridade própria.
Como três das propostas mais interessantes na actual música extrema, desafiam-se a fazer da música mais pesada e extrema sem recorrer a guitarras ou sequer a baterias, deixando batidas industriais, samples e muito noise tomar conta da nossa saúde enquanto sobrevivemos a estas dilacerantes e, no entanto, belas composições. A voz de Hayter, tal como quando actua com o nome Lingua Ignota, tem tudo de aterrorizador no quão bem embala e aqui domina também com coros assombrosos – logo “Kingscorpse” de início. Esse lado mais “limpo” vem sempre com a berraria de Walker atrás, um grindcore preso na densidade ruidosa das batidas industriais que Buford vai controlando e descontrolando, – “Drunk on Marrow” ou “Miles of Chain” nem pedem licença – para que o resultado final seja um paredão sonoro, difícil de classificar, uma viagem a pé por aquela estrada escura e rodeada de mato para a qual tanto alertamos às personagens dos filmes de terror para não seguirem. Mas para esta, lá vamos nós…
Kingscorpse, Violent Rain, Love Is Dead All Love Is Dead
Os óbvios Lingua Ignota, Full of Hell, The Body. Mas também Pharmakon, Whitehouse, Gnaw Their Tongues