//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Uma das grandes vozes do metal de vertente mais melódica e, sem trocadilhos, épica. Não se estranha que chegue a nós finalmente um disco de Simone Simons, dos Epica, a solo, enquanto se aguarda novo trabalho da banda. Mas como somos todos uns tinhosos, de tempo valiosíssimo, queremos que as coisas se justifiquem e precisamos de algo que faça de “Vermillion” um álbum que realmente não seja Epica disfarçado.
Consegue mesmo um total afastamento do universo da banda Holandesa que, consistente e fiável que seja na qualidade dos seus discos, já abriu e releu os truques todos do seu livro. A voz de Simone continua, evidentemente, a ser o foco e é a única ponte entre projectos. Tudo porque Simone faz-se acompanhar de um peso demasiado pesado na instrumentalização para este “Vermillion” e deixa a música a cargo de Arjen Anthony Lucassen, cérebro de projectos como Ayreon ou Star One. E como já ouvimos a voz de Simone em algumas das suas rock operas anteriores, é disso que “Vermillion” se aproxima mais. Até pode fazer soar um alarme: isto pode parecer mais um novo disco de Ayreon com a voz exclusivamente atribuída a Simone, do que um álbum a solo da vocalista.
Mas é um bom primeiro passo para que, a solo, Simone tenha um bom veículo de criatividade para coisas que não encaixem tanto no universo Epica. A influência oriental de “Aeterna,” o peso industrial de “Weight of My World,” que lá fã confessa de Rammstein é ela, o stadium rock malicioso de “The Core” ou o minimalismo baladeiro de “Dark Night of the Soul,” o tema que terá o maior input autónomo de Simone. A fechar o disco, talvez a abrir caminho para um próximo que seja realmente mais dela. Há familiaridades também, como passagens mais sinfónicas, um dueto nada surpreendente com uma cara bonita tão ou mais mediática que ela própria, a óbvia Alissa White-Gluz, e até para os guturais de fundo não foi buscar ajuda longe: são do colega Mark Jansen. Mas é um bom disco, mesmo que seja a meio-termo na emancipação de Simone: sucede a sair da sombra do nome “Epica” mas acaba por ir para a de outro nome. De resto, é uma estupenda vocalista e um músico de excelência. Ambos sem qualquer coisa ainda a provar, não seria por aí que se apontaria algum pecado a este conjunto de canções. Fica muito em aberto e com potencial.
Aeterna, R.E.D., Dark Night of the Soul
Ayreon, Star One, Epica