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“Sangue Cássia,” fantástico álbum que antecede esta novidade, e que já conta uns aninhos que passámos à espera, ainda constará entre os discos mais aclamados por estas páginas, que até costumam ser bem mais positivas do que cínicas, por norma. Seis anos depois ainda se entende e justifica. Deixa a fasquia muito alta, para dificultar a vida a este “Vértice” que chega agora a nós. Ainda para mais quando já tanto se passou.
Quando nos impressionámos tanto com o “Sangue Cássia,” ainda não sabíamos que ia ser o encerrar de um capítulo. Foi o último disco com Patrícia Andrade na voz. Deixou o futuro em aberto. Regressariam os Sinistro instrumentais dos tempos iniciais? Iriam mesmo encher os “big shoes” que ali ficavam? Souberam como se munir para isso, com Priscila da Costa, experiente noutras sonoridades mais folclóricas e que injecta mais espiritualidade ainda no negrume esperançoso dos Sinistro. Portanto é um disco bastante distinto mas que acaba por seguir “Sangue Cássia” directamente, a seguir por um caminho semelhante. A descrição bastante bacoca de fazerem uma espécie de “embelezamento do breu dos Amenra” continua, mas mais límpida. Nem a capa engana, tem mesmo um pouco mais de claridade.
Permite-nos ousar um pouco e dizer que expande o gótico. Adopta a mesma postura de estranheza que os fez voltar cabeças já desde o início, para distorcer umas audíveis influências de Paradise Lost, My Dying Bride ou Swallow the Sun e torná-las suas. Ou uns Thou de cara lavada mais aprazível, já que é para continuar com as analogias disparatadas como a do parágrafo anterior. Priscila não vem apenas ser “a substituta” e toma mesmo as rédeas e orienta o disco, com a sua entrega vocal que terá paralelos com os de Patrícia – só para evitar um choque muito frontal – mas muito próprios, mais dramáticos, poderosos quando nos entranha um refrão como o de “Elegia” na cabeça, com a entrega teatral de “O Equivocado” ou quase a embalar-nos como em “Perfeita Encenação.” Um passo certeiro, um pouco mais próximo da luz, e a soar bem à Sinistro e a correr o risco de nos garantir que nunca falharão, independentemente do que façam a seguir.
Amargura, Elegia, Templo das Lágrimas
Paradise Lost, Malignea, The Gathering