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Pelo meio de muita coisa e de congelar o inferno com certas reuniões de bandas, Slash lá arranjou tempo para mais um trabalho em nome próprio. É o sexto álbum desta vida de Slash em nome próprio, mas é oficialmente o seu segundo verdadeiramente a solo, o sucessor da sua experiência auto-intitulada de 2010, com a colaboração com Myles Kennedy and the Conspirators a tornar-se já a sua própria banda. O estilo é completamente diferente, mas tem algumas semelhanças àquela estreia.
Ou seja, “Orgy of the Damned” volta a ser um “quem é quem” de convidados de luxo que dão voz aos temas. Só grandes nomes. Quase a mandá-lo para o segundo plano ou a tentar distrair de uma possível longa duração maçadora, que é o que pode causar alguma dúvida antes de ouvirmos. Outro ponto de interesse – ou distracção – é que também os temas são conhecidos. Slash usa este veículo para prestar adoração aos clássicos dos blues e por acaso faz-se acompanhar por grandes nomes, uns mais prováveis do que outros, para o fazer. Para o voltar a fazer. Que isto dá seguimento a uma antiga experiência pós-Guns N’ Roses à qual ele deu o nome de Slash’s Blues Ball. É, o nome era esse. É um castiço, ele. Mas é pertinente recordar essa banda, já que Slash foi recrutar músicos desse alinhamento para o ajudar a prestar nova homenagem a clássicos de nomes como Howlin’ Wolf, Robert Johnson, Fleetwood Mac, T-Bone Walker, Muddy Waters, até Stevie Wonder, entre muitos outros.
E há os convidados, os que vêm pintar entre as linhas. Há coisas que se fazem sozinhas, como “The Pusher” com Chris Robinson, que este poderia ter feito com os seus Black Crowes; traz Beth Hart para o território familiar de “Stormy Monday,” assim como entrega a missão de dar voz à incontornável “Hoochie Coochie Man” a Billy Gibbons. Não deixa de haver surpresas como Demi Lovato em “Papa Was a Rolling Stone,” que não vem para ser a Fergie deste elenco e até tem uma óptima prestação num destaque de todo o álbum, e o bom e velho Brian Johnson a poder, finalmente, dar uso à sua voz de blues para “Killing Floor,” que também conta com um discreto Steven Tyler na harmónica. Fica o tipo de álbum que imaginamos que tenha sido feito por um Slash de sorriso estampado, ao estar tão rodeado de boa gente e a prestar tributo a boa música com a qual cresceu. Ou seja, qualquer ponto mais baixo e esquecível, qualquer arrastamento que se possa dar num trabalho tão longo e qualquer desinteresse que cause a quem o quer a solar em baladas de hard rock, é compensado pelo facto de que esta “Orgy of the Damned” foi feita para si próprio. Nós, os restantes, ainda temos cá umas coisas para aproveitar.
Hoochie Coochie Man, Killing Floor, Stormy Monday
Muitos dos convidados, até os mais contemporâneos como The Black Crowes, Gary Clark Jr. ou Beth Hart