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Entre os fãs puristas dos Genesis, pode haver a divisão sobre o momento em que a mítica banda realmente deu a sua irrecuperável volta para o pior. Muitos poderão considerar a pesada saída de Peter Gabriel como o ponto de viragem. Mas como ainda existiu um estupendo “A Trick of the Tail” depois disso a comprovar que o problema não era Phil Collins a tomar a rédea vocal, a outra porção de fãs é mais atenta ao notar que a mudança se deu após a saída de Steve Hackett.
O ex-guitarrista dos Genesis é que se podia considerar a verdadeira alma do grupo e o seu núcleo progressivo, responsável pelas mais extravagantes e complexas estruturas de grandes canções presentes em clássicos como “Nursery Rhyme” ou “Selling England by the Pound,” entre outros. Ainda é esse catálogo que lhe é mais associado e ainda se agarra bastante a ele para tocar ao vivo, mas visto que “At the Edge of Light” é já o seu vigésimo-quinto álbum numa carreira a solo, sempre assídua e que já andou até pela música clássica, temos que descolar o rótulo de “ex-Genesis” a Hackett e considerar que o prog rock faz parte dele e não o contrário. O dito vigésimo-quinto disco já cá está para comprovar. Não são só as estruturas setentistas a levar-nos à era dourada do mais meticuloso e complexo rock, em “At the Edge of Light,” Hackett “descobre” o mundo e rega as suas composições já fantasiosas de “world music” com influências orientais em temas como “Under the Eye of the Sun” ou “Shadow and Flame.”
Já dá para ser um disco de rock progressivo de se assemelhar e comparar aos do seu original grupo e conterrâneos, para provar que apesar de desvanecimentos, mutações, fusões, movimentos antagónicos e ressurreições a necessitar do inútil prefixo “neo,” é um género que ainda vive nos dias de hoje, aqui a cada nota da influente guitarra de Hackett. Para quem quiser aquela composição mais complexa e épica para se sentir mais “em casa” não lhe faltará a cinematográfica e orquestrada “Those Golden Wings,” que se destaca em todo o álbum, ou a trilogia final de faixas ligadas. Para quem quiser cantarolar um agradável AOR, há uma “Hungry Years.” No geral, é um disco esperadamente mágico e maduro por um artista do tempo em que ainda se criavam coisas novas.
Under the Eye of the Sun, Those Golden Wings, Peace
Genesis, GTR, Yes