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Isto de ser thrasheiros da velha-guarda parece continuar a resultar na entrada desta nova década, estabelecendo anos recentes como uma boa altura para esta brincadeira de muita fúria e peso por miúdos nervosos da década de 80. Os Testament até podem nem ter chafurdado tanto na crise de inspiração que atingiu colegas e até podia ser agora, mais de 35 anos depois, que o cansaço podia acusar-se. Felizmente, “Titans of Creation” desmente qualquer teoria assim.
Antes de mais, começar por destacar o que “Titans of Creation” tem de especial. Que é nada. Nem a esta altura do campeonato deviam estar aqui a reinventar-se, desde que tenham as malhas no sítio, que lembrem que valha a pena ouvir música nova dos Testament. Até vem com um dever subliminar de apresentar solidez, dada a estabilidade que representa: é um raríssimo disco dos Testament com o mesmo alinhamento que o anterior. Portanto, no mínimo, a química que deu qualidade a “Brotherhood of the Snake” há quatro anos atrás estará aqui novamente, quiçá aperfeiçoada. O povo quer riffs, quer solos, quer velocidade a todo o gás, quer Chuck Billy em apoteose de berraria, quer uma malha que amanhã ainda o tenha a mexer o pescoço dorido. Até os temas das letras podem ser os mesmos, que são, não é no thrash metal que há a maior variedade por aí. Para o que se quer, “Children of the Next Level,” “WWIII” e “Dream Deceiver” são um grande hat-trick logo à entrada e a abrir a porta para duas hipóteses: estardalhaço de início ao fim ou um esgotamento antes de acabar.
Não é bem o caso, porque afinal até se encontram mais perto do final do disco algumas das malhas de destaque, por entre algumas das canções mais breves deste conjunto, acusando aí uma potencial fraqueza: a gordura que prolonga alguns dos temas e até todo o álbum, que completa a hora de duração. “False Prophet” salta directamente da década de 80 para 2020, “Code of Hammurabi,” viciante, mostra dotes de escrita de canções ainda bastante apurados para uma banda veterana e “Curse of Osiris” é uma das mais extremas da já pesada família, com uma das performances vocais mais desenfreadas de Chuck Billy. Tem tudo o que se lhes podia pedir, talvez com algumas coisas a mais. Não deixam de existir outras propostas mais “jovens” que consigam mais interesse que um novo álbum dos Testament, por muito bom que seja, assim como há muitas outras que davam uma perna e um braço para atingir metade. Aos Testament, nem lhe pedíamos mais do que isto.
WWIII, False Prophet, Code of Hammurabi
Overkill, Exodus, Death Angel