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Os The Body e os Full of Hell já são, separadamente, duas das maiores entidades do mais extremo, ruídoso e desagradável que a música consegue ficar. Juntos são o caos. “One Day You Will Ache Like I Ache” de 2016 trazia um título em tom de promessa. Cumprida. Porque doeu. Uma horrenda descarga de ruído que ainda hoje faz mossa. Mal nos deixaram sarar e, nem dois anos depois, chega este “Ascending a Mountain of Heavy Light”, a sugerir que a melhor cura para uma sova é levar outra logo a seguir.
Pode descrever-se o disco como um chavascal que junta riffs sujos, muita distorção, feedback, noise, uma guinchadeira desenfreada e um ambiente desconfortável. Neste contexto, é tudo dito no melhor sentido – o gosto por isto é uma questão de estômago. Conseguindo a apreciação por aquela simpática descrição, fica mais fácil de reconhecer esta junção de maníacos como genial. A lentidão atmosférica dos The Body e o caos frenético e veloz dos Full of Hell são díspares, mas complementam-se lindamente. Em “Ascending a Mountain of Heavy Light” ouvimos o “casamento” entre os dois monstros, mas também a ponte entre as duas sonoridades e a alternância entre o sludge atmosférico experimental dos The Body e o grindcore ruídoso dos Full of Hell, sempre untados com noise, feedback e texturas industriais. Tudo isto em 34 minutos onde se empurra os limites do quão extrema e bruta a música se pode tornar.
É de questionar se uma colaboração entre duas bandas é algo que faça valer a pena dois álbuns. “Ascending a Mountain of Heavy Light” faz-nos querer outro e começar a tomar este projecto em conjunto como uma entidade própria à parte.
Didn’t the Night End, Master’s Story, I Did Not Want to Love You So
Whitehouse, John Zorn, Merzbow