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Na música alternativa à alternativa, aquela que estica para lá daqueles que serão os limites musicais conhecidos por muitos, os The Body são um nome de destaque. Líderes até. Prolíficos em lançamentos e sempre abertos a colaborações, para desafiar ainda mais a sua bruta e ruidosa arte, parece que não resta qualquer tipo de bizarria por ouvir na música desta dupla. “I’ve Seen All I Need to See,” o regresso ao nome próprio, sem acompanhantes, é um novo exercício a desafiar a margem entre a música extrema e a pura cacofonia.
Chavascal se calhar seria o melhor rótulo que se arranjaria aos The Body, na falta de os conseguir classificar devidamente naquela parede sónica que é o seu intimidativo ruído. Há ali um sludge metal sujo sempre a querer espreitar e as experiências electrónicas já nos trouxeram da mais aterradora pop, como que presa numa masmorra a gritar por socorro, por trás da barulheira. Já tendo experimentado com quase tudo que mal conseguíssemos imaginar, até quase duvidamos das suas capacidades em continuar a desafiar a música extrema e os seus limites. Para “I’ve Seen All I Need to See,” tudo é despido ao básico. Mas o pior dos básicos: o ruído. Disco mais noise, mais experimental dentro disso, menos musical e talvez o mais horripilante. E isto são tudo elogios.
Com o habitual guinchar indecifrável de Chip King no fundo do barulho e os pormenores que se descobrem a cada nova audição, para a qual podemos precisar de respirar fundo antes, fazem deste disco aparentemente mais simples, – isto à primeira podia ser quase só uma parede noise à Merzbow com o gajo a berrar de fundo – o seu mais complexo e ainda mais difícil de digerir. É aí que está a sua magia, no quão medonho consegue ser e na sua confirmação de que é para os The Body que partimos quando queremos algo desafiante, algo fora das normas. Quando a música extrema já não parece ser extrema que chegue. “I’ve Seen All I Need to See” é suficiente para nos fazer pegar nos seus antecessores e dizer o hilariante disparate de que esses até são acessíveis. E existe melhor maneira de resumir o ano que acabou, a forma como este começa e a volta que as nossas vidas deram do que com esta amálgama de algazarra, tumulto e… Acreditem… Música?
A Lament, The Handle/The Blade, Path of Failure
Uniform, Pharmakon, Khanate