//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Dezasseis anos desde o último registo dos The Cure. Mais ainda desde um verdadeiramente clássico e que se sinta essencial na discografia dos pais de tudo o que é gógó. Mesmo que ainda sejam dos poucos com aquela discografia na qual, mesmo notando os pontos mais baixos, não dá para destacar algum registo como mau. “Songs of a Lost World” não parece vir muito celebratório. Se nunca o foram, não vêm agora ser os velhos reformados a desfrutar a vida, com um olhar mais positivo. Não. O sempre deprimido Robert Smith parece estar a contemplar ainda mais a sua própria mortalidade e cobriu a sua entidade de mais escuridão ainda.
Assim, a brincar, sai um dos seus melhores álbuns de sempre. “Um dos,” é uma vasta lista de destaques. Mais minimalista a nível melódico, talvez o seu álbum menos acessível, mas o mais atmosférico, emocional, cru e visceral. Trocam o pós-punk, talvez, por um pós-rock para ajudar à atmosfera e adensam a névoa com a produção lamacenta de um “ethereal wave” mais contemporâneo. Ainda traz muito dos velhos The Cure, aliás, dá para destacar várias fases como se pegassem nos seus primeiros discos e os tornassem mais arrastados, move-se pelo meio do breu do “Pornography” e tem um pessimismo semelhante, mas menos romântico, ao do “Disintegration.” E com a vontade de se tornar tão clássico como esses, sem qualquer esforço para sacar daqui mais algum êxito.
Também se influenciam pelos influenciados e um tema como “Drone:Nodrone” traz um ruído perturbador mas que também não deixa de ter uma certa sensualidade Nine Inch Nails. Se introduções longas já fizeram parte do seu diapasão, aqui são mesmo desafiantes. São as que nos avisam que o disco não será propriamente de audição fácil. Mas é. Assim que entramos pelo negrume dentro, não queremos sair dali. Os sons misturam-se com emoções e as nossas acabam por se tornar as mesmas que as do Sr. Smith, cuja voz se recusa a envelhecer. A imersão já está completa ainda antes de chegarmos àquele colosso que é “Endsong.” É, aqui não parece haver dia da semana destacado para se apaixonar, nem há canções sobre gatinhos, mas é o mais The Cure que os The Cure podiam ser, despido além do esqueleto, à alma. É assim que sabe bem ser pessimista e um pouquinho mórbido.
Alone, Drone:Nodrone, Endsong
Cocteau Twins, os discos mais recentes da Kate Bush, ambientes à Trent Reznor