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“Flowers of Evil” é já o décimo-segundo longa-duração dos Ulver, a estender uma discografia que só se torna cada vez mais divertida de analisar, à quantidade de cores por que já passaram estes camaleões. Já nem é assim tão pertinente falar disso com surpresa, a falta de um só som característico dos Ulver é precisamente a sua principal característica.
Mas não dá para evitar, nem que seja para situar. A banda que fez parte da crua segunda vaga de black metal, a Norueguesa, com clássicos discos, que lhe abriram as portas ao folk e ao ambiente, e que já ingressou em trip hop, pós-punk, electrónica da mais experimental à mais acessível e que já se rendeu ao pop da década de 80, tem em “Flowers of Evil” um disco que estranhamente até esta bastante ligado ao seu antecessor. A viciante synthpop já parte de “The Assassination of Julius Caesar,” com uma pop artística de cores semelhantes. As comparações a Depeche Mode são nada descabidas, nem deve ser algo que se tenha tentado esconder, com uma “Hour of the Wolf,” por exemplo, a soar a algo que já pudesse ter estado no “Black Celebration” da lendária banda Inglesa. Mantêm-se os tons góticos daquela proximidade ao pós-punk de uns Joy Division menos negros, e uns irresistíveis sintetizadores da tal década de tanta loucura e excessos, sempre com um refrão pegajoso. É a tal piada de pegar numa banda outrora enumerada ao lado de outras como Darkthrone, Satyricon ou Burzum, que agora seja mais facilmente emparelhada com uns Chvrches, como uma das mais interessantes propostas da new wave/synthpop em adoração aos 80s. Mas os Ulver são isso mesmo.
O esforço terá sido em despir ainda mais a música à sua dançável simplicidade. Este é um disco mais directo e mais acessível ainda que o seu antecessor, sem as complexidades de uma “Rolling Stone” do anterior. É também, sem tirar o olho da história, um álbum mais introspectivo – eles estão a despedir-se ou é só paranoia nossa? Impossível ainda haver melindres em relação às mudanças radicais dos Ulver, mas talvez muitos ainda se estejam a acostumar à ideia de que “Flowers of Evil” é o seu álbum mais pop, sem grandes estranhezas ou experimentalismos, apenas um songwriting exímio. Mas quem está com esse problema, conseguiu mesmo resistir a um pezinho de dança com a “Machine Guns and Peacock Feathers” e já a tirou da cabeça?
Russian Doll, Machine Guns and Peacock Feathers, Little Boy
Depeche Mode, Chvrches, Editors