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O rótulo maldito de “supergrupo” é o suficiente para causar alguma dúvida. O que inicialmente causava hype devido a junções de nomes já bem conhecidos eventualmente tornou-se uma maldição quando não correspondia às expectativas. Então tiremos esse peso das costas dos Vltimas, não nos foquemos tanto nos currículos do trio e olhemos para “Something Wicked Marches In” como o álbum de estreia de uma nova banda. Uma tremenda estreia. Realmente não dava para ser feita por novatos.
A turma já é conhecida e junta David Vincent, ex-Morbid Angel naquela que poderá ser a sua melhor prestação vocal em anos, Flo Mounier dos Cryptopsy a descarregar célere fúria nas peles da bateria e o Norueguês-já-quase-Português Blasphemer, com fama nos Mayhem, Aura Noir ou, por cá, Ava Inferi e Earth Electric, a dedilhar as guitarras e a cobrir os temas com a espessa camada de podridão que são estes riffs em adoração ao berço do death metal de há cerca de três décadas atrás. De facto percursos impossíveis de ignorar e até nos pode dar uma noção mínima do que “Something Wicked Marches In” tenha no seu death metal. É grandioso e sujo como os clássicos dos seus antigos empregadores e também é melodioso e groovy como algo que se imponha na actual década. É simples, directo e fácil de rotular, mas não deixa de apresentar pormenores diferentes – um exemplo proeminente é de Blasphemer não resistir a uns tremolos para trazer umas correntes de black metal, como os riffs de “Last Ones Alive Mean Nothing” ou “Marching On” expõem.
Sem estar a inventar mas também sem ser uma mera recriação do que já fizeram, “Something Wicked Marches In” coloca os seus integrantes na elite do death metal actual, como uma nova banda ciente do que sabe fazer e do que ainda pode explorar para que seja algo novo e com as suas próprias pernas para andar. Tanto de bruto como de melódico – aquela “Monolilith” tanto nos assusta como envolve – e com um fio condutor constante para que o disco funcione no seu todo. Muito bom disco que faz dos Vltimas uma nova banda promissora e não um supergrupo com “aqueles gajos.” E se isto é o pedido de desculpas de Vincent e de Mounier pelo “Illud Divinum Insanus” e pelo “The Unspoken King,” nem era preciso tanto, a malta até supera as coisas bastante depressa…
Something Wicked Marches In, Total Destroy, Monolilith
Morbid Angel, Cryptopsy, Immolation