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Burden of Destiny
2024 | Firecum Records | Thrash metal

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O que vale é que já estamos habituados a esperar. Os nortenhos Web lá aceitam algum trono no panorama pesado nacional no qual os possamos facilmente aclamar e, com isso, levam as coisas com calma. Sabem que não têm algo a provar. Vão devorando palcos por aí e lançando discos ao ritmo que lhes apetece e agradecemos-lhes por isso. Não faltou tempo para preparar para “Burden of Destiny.” Mais vale assim, saiu cá para fora depois da certeza de obra feita e completa.

Quem encomendou thrash, tem thrash. Tal e qual como ele nasceu. Sim, porque os Web já são mesmo muito antigos, não estavam lá só a seguir passadas, estavam a compassá-las. Portanto sabem melhor do que ninguém como fazê-lo. A entrada de carrinho de “More Than You” vem preencher o vazio que muitos sentem com a ausência de Slayer. Se calhar melhor que a proposta ali do Sr. Kerry King. E é assim, a esse ritmo, com essa violência, que avançam pelo disco fora. E já tínhamos aqui um discaço de thrash de marca lusitana de impor respeito. Outra vez, que isso não é novidade para os Web. Mas aparece um interlúdio que, realmente, não nos deixa lá grande mossa. E fica a faltar o resto.

Para “Burden of Destiny,” e qualquer trabalho dos Web, estar completo tem que ter lembrete de que eles não são só uma banda de thrash pintada por números, com umas cores da palete da Bay Area e outras da palete teutónica. Os Web aceitam o passar do tempo, aceitam a ajuda que a melodia pode dar, e nunca renegam que também existiam outras coisas antes deles. O groove mais contemporâneo rasga logo a faixa-título ao começar, com um riff que até podia ser dos Revolution Within. Sobrou raiva suficiente para “All for One” que esperemos que não ofenda ninguém. Se sentem ali uma aragem da “Wherever I May Roam” na “Opposing Rebellion,” foram eles que abriram a janela, porque não têm medo de deixar entrar a melodia. E têm exactamente o mesmo medo de coisas que os antecedam, como o doom de “Rootless Soul.” Se isto não é um disco completo, então damo-nos como bastante satisfeitos. E se acham que os Web ainda têm alguma coisa a provar, é estudar um pouquinho de história do peso português com este disco a tocar de fundo.

Músicas em destaque:

More Than You, A Grave to Be Dug, Burden of Destiny

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RAMP, Tarantula, Overkill


sobre o autor

Christopher Monteiro

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