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Parece que as contas são oficiais e temos que tirar o chapéu aos Xeque-Mate, a banda nacional de heavy metal activa mais antiga. “Em Nome do Pai, do Filho… e do Rock ‘n’ Roll” é um clássico cada vez menos escondido e a chegar sempre a novas mãos e novas gerações. Mas a vénia não ficará só por isso. Isso de serem a mais antiga activa vem com actividade mesmo. Prenda de Natal de 2022 foi “Não Consigo Manter a Fé.” Ainda só o terceiro álbum de originais, vejam lá.
Foram seis anos que separaram este de “Æternum Testamentum.” Deixem lá, que foram 31 entre esse e o já aqui citado clássico. Não foram décadas de carreira seguida como outros veteranos internacionais. Pode deixar muitos indecisos em relação a como encarar um novo disco dos Xeque-Mate. Afinal têm alguma coisa a provar? O anterior, pelo menos, respondeu-nos à pergunta: “Valia a pena mexer nisto e não se ficar só por aquele disco único de culto?” com uma afirmação positiva e de imposição. “Não Consigo Manter a Fé” parece ser aquele de nos deixar a querer mais. E não é por falta de alguma coisa, é mesmo pelo despertar de energia que se redescobre aqui no heavy metal de raíz, o que se diverte mais com o hard rock do que o épico e estridente, já bem representado por cá.
Tudo aqui denuncia que é uma banda da velha-guarda que toca, mas com o mesmo gosto com que o fazia em 1985. A frustração nas letras e o envelhecimento da voz de Xico Soares ainda actuam como um reforço estilístico para um disco de heavy metal que em nada deve a grandes actos internacionais que ainda editem com qualidade. Riffs como o de “Rastejantes” ou a resgatada “(Estes) Cães que Mordem” – cuja mensagem é muito subliminar, não sei se deu para entender claramente quem é o alvo – denunciam a influência de Iron Maiden, que apenas existe em milhares de outras bandas, mas também um exímio trabalho de guitarras, – isso já antes de chegar à interlúdica “Macau” – que se tornam as protagonistas num disco que também não falha no campo melódico: vale a pena percorrer um disco de uma ponta a outra, ficando com a faixa anterior na cabeça e com a facilidade de cantarolar todo o forte refrão que aqui existe. Pelo meio até se soltam umas frustrações em comum, que justifica-se bem que já não se consiga realmente manter a fé. Já a nossa fé no hard n’ heavy português está bem alta!
Rastejantes, Não Consigo Manter a Fé, Até que Esta Voz Me Doa
Tarantula, Cruz de Ferro, Vasco da Gama