MÚSICAS DA SEMANA

#226

com

Trêsporcento

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© Francisco Caseiro

Escolhas de Trêsporcento

©Mehdi Benkler

Colin Vallon Trio - Sisyphe (Tiago)

Primeira música do disco Danse do pianista Suíço Colin Vallon. Simplesmente a música mais incrível que alguma vez ouvi.

Pedro The Lion - Penetration (Lourenço)

Os extintos Pedro The Lion são uma descoberta recente. Ando a percorrer a sua discografia aos poucos e para já chamou-me a atenção «Control», o álbum conceptual de 2002 sobre um homem que engana a mulher e acaba morto por ela, que é para aprender. Não é um disco para animar festas. O som faz-me lembrar os We Were Promised Jetpacks, o que faz sentido porque Seattle deve ser assim uma espécie de Escócia dos EUA.

Teleman - Dusseldorf (Salvador)

Dusseldorf foi uma descoberta acidental deste ano, que através da ajuda preciosa do Shazam consegui voltar ouvir várias vezes. Este tema foi o segundo single retirado do álbum Brilliant Sanity (2016) dos Teleman, e é uma música com a batida certa e com a animação necessária para voltar ao trabalho depois da hora de almoço.

The F16's - Moonchild (Pedro)

Estava em viagem, vi o nome num cartaz a anunciar um concerto e decidi explorar!

Johnny Flynn - Raising the dead (António)

Single lançado este ano, que tem a quantidade certa de desafinação.

Escolhas de Hugo Rodrigues

Emma Ruth Rundle – Protection

É este mês que Emma Ruth Rundle se estreia ao vivo no nosso país. E esse foi o pretexto ideal para ir recuperar Marked For Death, editado no ano passado.

Mogwai – Remurdered

Continuo sem ligar muito ao Rave Tapes mas, decidi voltar a dar-lhe uma oportunidade esta semana. Ficou o single e a sensação que talvez lhe tenha que voltar a dar mais hipóteses.

Queens Of The Stone Age – Feel Good Hit Of The Summer

Felizmente que a música é uma droga muito menos prejudicial que todas as outras mencionadas neste tema. E, além disso, quem é que acha que este solinho bom não nos está a aproximar cada vez mais do Verão?

Um Corpo Estranho - Não Tenho Tempo para Esperar por Mim

Seja em que semana for ou em que playlist for, há sempre espaço para grandes malhões.

Mikal Cronin - See It My Way

Mais uma a cheirar a Verão.

Escolhas de José Raposo

©Getty Images

The Clash - What's My Name

A 8 de Abril de 1977, uma das grandes bandas de todo o sempre estreava-se em disco. Criticados pela estreia numa editora multinacional, os Clash responderam com um álbum que pareceu ter sido gravado numa garagem e com uma crueza que deixava as camadas de guitarra de “Never Mind the Bollocks…” a milhas – o saudoso Joe Strummer afirmou que as letras só seriam percebidas por quem de direito. Prova pleníssima dessa raiva e crueza é “What’s My Name”: Strummer berra como um maníaco cockney sobre a própria falta de identidade e de rumo – um anónimo no meio do brutalismo e da indiferença. Uma toada niilista no meio do idealismo furioso das demais canções de uma estreia ao nível do melhor e mais influente que já se fez. Não foram os primeiros a chegar à praça do punk de 77, mas ergueram a maior e melhor barraca.

The Beatles - In My Life

Honrarias à parte (não há armazenamento suficiente neste servidor para as enumerar a todas), “In My Life” é um feito musical digno de uma cápsula do tempo para ser enviada para o espaço. Maioritariamente de Lennon (incluindo a imortal letra), a melodia tornou-se num leitmotiv intelectual de reminiscências sobre a vida por esse mundo fora – como se a canção em si fosse um pequeno quarto ou escritório onde puxamos pela memória. Talvez o melhor da canção seja mesmo a colaboração directa de George Martin, que do nada aparece com um magistral solo de piano devidamente cozinhado (e acelerado) para dar a crer que é um instrumento de outro planeta. Aos que vieram, aos que vêm e aos que virão, não gostamos nem gostaremos de todos, mas há aqueles que ficam – como certas músicas.

They're Heading West - Me And My Gin

São de Lisboa, são quatro, já andaram em digressão pelos Estados Unidos (incha, Vitorino), tocam com convidados de luxo e têm um sentido de humor à Yo La Tengo – são, portanto, uma das melhores bandas deste País. “Me And My Gin” é uma pérola a puxar para os terrenos do indie folk; suficientemente espartana, mas agradável e com uma letra genial que é um retrato da dicotomia vida real/Internet e das saídas à noite que redundam em olhar para o copo porque tudo o resto é chato. Como não aplaudir um microcosmos como este: “I’m thirty and I’m straight / Check my Facebook page”. Como aventureiros que são, tocam “Rubber Soul” dos Beatles à sua maneira – obrigatório comparecer (e meter o “gosto” no Facebook, claro).

Broken Social Scene - Halfway Home

OS CAMPEÕES VOLTARAM. Há sete anos, este escriba teve o desplante de afirmar que os Broken Social Scene eram uma banda mais arrojada do que os compatriotas Arcade Fire – não tão exploradores musicalmente, mas mais certeiros e seguros e sem dramas. O concerto desse ano na Aula Magna foi uma montra do princípio ao fim: de consistência e êxtase sem o teatro dos igualmente enormes Arcade Fire. E esta “Halfway Home” é um fenomenal e consistente regresso: o entrelaçado melódico e vocal típico dos BSS, do masculino para o feminino, pintalgado por arranjos que ao vivo serão uma explosão capaz de mandar qualquer um para casa arrasado no bom sentido. Bem regressados sejam.

Woods - Any Other Day

Os Woods visitam-nos este fim-de-semana – pela primeira vez em Lisboa. A banda de Jeremy Earl, Jarvis Taveniere e companhia já leva uma década a dar alucinogénios à colherada à folk, em evolução constante e com arranjos cada vez mais sofisticados – mal absolutamente nenhum, dizemos nós. Contudo, escolhemos recordar uma canção (agora) mais remota da banda: “Any Other Day”. Da sua fase lo-fi, surreal e sim, psicadélica nos arranjos, está longe do que agora lhes ouvimos, mas é obra cimeira no seu corpo de trabalho. Letra intensa no seu pessimismo, é uma contradição da história da banda até agora: “I won’t believe that it can’t get worse / It’s not impossible to see” – ninguém diria, tendo em conta a qualidade a que nos habituam.

Escolhas de Ricardo Almeida

Black Rebel Motorcycle Club - Whatever Happened To My Rock'n'roll

Com a agradável visita do sol e do calor fui buscar este disco, que se ainda não é um clássico para lá caminha, e deixei-o tocar bem alto no carro a semana toda. Imagine-se: Ray Ban escuros, vidros abertos, blusão de ganga preta, cigarro imaginário (que já me deixei disso). Não é uma propriamente Harley Davidson Forty-Eight, é um Renault Clio a gasóleo, mas A ESTRADA É MINHA!

Touché Amoré – Blue Angel

Tardou mas aí está ela, a confirmação da derradeira estreia dos Touché Amoré em Portugal, reis e senhores do hardcore lamechas. Agora era darem um pontapé no rabo aos Code Orange e trazerem antes os Loma Prieta, mas não nos queixemos.

Tesa - Lauztās Priedes

Directamente da Letónia, os Tesa foram uma das boas surpresas da última edição do Amplifest.  Esta malha saiu no passado dia 19 de Março e é uma reinterpretação da canção com o mesmo nome do compositor Emīls Dārziņš (1875 – 1910). Naturalmente, nada tem a ver com a original. Preparem-se para um banho de guitarras distorcidas, feedback, e gritaria incompreensível.

Young Widows – In and Out of Youth

Vi alguém com uma t-shirt de Young Widows e quando cheguei a casa tive de meter este disco a rodar. “Em vinil, por causa dos graves”.

Chelsea Wolfe - They'll Clap When You're Gone

Com o Roadburn a aproximar-se, e sendo que nunca vi Chelsea Wolfe ao vivo, resolvi revisitar-lhe a discografia.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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