Ciclo ‘Reimaginar o arquivo pós-colonial’ na Culturgest

por Arte-Factos em 9 Setembro, 2019 © Joaquim Lopes Barbosa

De 24 a 27 de Setembro, o Goethe-Institut de Lisboa promove, em parceria com a Culturgest, um ciclo de cinema e debates que aborda o confronto de vários artistas com a herança colonial dos países europeus através dos arquivos cinematográficos, no âmbito do projecto internacional Tudo passa, exceto o passado.

Este ciclo, realizado também em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, inicia-se por uma mesa redonda, a 24 de Setembro, às 18h30, no Pequeno Auditório da Culturgest, onde o debate se foca na relação entre arquivo e poder, nas estratégias actuais e alternativas que se colocam aos arquivos cinematográficos e nos confrontos de cineastas europeus e africanos com os materiais de arquivo colonial. Participam a cineasta portuguesa Filipa César, o cineasta angolano Fradique (Mário Bastos), o director artístico da Lagos Film Society (centro de cinema independente na Nigéria), Didi Cheeka, e o cineasta e produtor egípcio Tamer El Said. A moderação está a cargo de Stefanie Schulte Strathaus, co-directora do Arsenal – Institut für Film und Videokunst, em Berlim.

O ciclo cinematográfico Reimaginar o arquivo pós-colonial prossegue entre 25 e 27 de Setembro, no Pequeno Auditório da Culturgest, onde será exibido material de arquivo restaurado e filmes actuais que trabalham com imagens de arquivo de origem colonial ou militante. Comissariado por Maria do Carmo Piçarra, as sessões apresentam-se como uma retrospectiva dos vários subgéneros cinematográficos dos filmes coloniais e, após cada uma, segue-se um debate onde serão discutidos temas como a origem destes materiais de arquivo e as questões éticas da sua reutilização.

A 25 de Setembro, às 21h30,  é apresentado Dal pollo all’Equatore (1986), de Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi. No dia seguinte, também às 21h30, são apresentados Sad song of Touha (1972), de Atteyat Al Abnoudy, Un carnaval en Bissau (1980), de Sarah Maldoror, Préface à Des fusils pour Banta (2011), de Mathieu Kleyebe Abbonnenc e Uma memória em três actos (2016), de Inadelso Cossa.

A 27 de Setembro, último dia deste ciclo, é possível ver, a partir das 18h30, Spell Reel (2017), de Filipa César.

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Tudo passa, exceto o passado

Programa internacional do Goethe-Institut, criado pelos institutos de Itália, Espanha, França, Bélgica e Portugal, que aborda a questão da herança colonial dos países europeus, convidando artistas, investigadores e activistas de todo o mundo a reunirem-se em workshops – em Bruxelas, Lisboa, Bordéus e Barcelona – para reflectir sobre as perspectivas do legado colonial e sobre a melhores práticas para tratar a descolonização do pensamento em museus, arquivos e no espaço público, tanto ao nível discursivo como artístico.

Em cada cidade, o workshop assume um tema distinto. Em Lisboa são debatidas questões ligadas ao arquivo cinematográfico (pós)-colonial, num workshop que reúne quinze especialistas de Portugal, Alemanha, Angola, Guiné Bissau, Egito, Nigéria, Grã-Bretanha e Moçambique.

A mesa redonda e as sessões de cinema constituem o programa público deste workshop em Lisboa.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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