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Perto dos Óscares, fala-se muito de actores que nunca receberam um Óscar e a lista é extensa: Leonardo Di Caprio, eterno amado pelas hostes da internet lá ganhou em 2016, foi um berlinde da injustiça comparado com gente do calibre de Gary Oldman, Edward Norton, Bill Murray, Ralph Fiennes e Ed Harris (só para citar os primeiros que me ocorrem). Mas poucas vezes se referem os mestres atrás da câmara, aqueles que, afinal, fazem o filme ser o que é: os realizadores.
Se começarmos a atirar nomes daqueles que não se podem gabar de ter um Óscar da sua área nas mãos, riso e choro, esses primos afastados, viram irmãos siameses. É o que se vai ler a seguir, sem nenhuma ordem particular: dez realizadores que escandalosamente vieram para casa de mãos a abanar.
1. Stanley Kubrick
Sim, Stanley Kubrick. O mestre. “Clockwork Orange”, “The Shining”, “Dr. Strangelove”. Tecnicamente, tem uma estatueta pelos efeitos visuais de “2001”, mas realizador que é bom, está quieto. Vivemos nesse mundo. Cambada de imbecis.
2. Alfred Hitchcock
Outro. Deram-lhe um honorário e Hitch respondeu com a sua verve habitual: disse apenas obrigado e saiu de palco. O homem que nunca ganhou por “Notorious”, “Vertigo”ou “North By Northwest” devia ter tanto para contestar que o silêncio acabou por ser o twist perfeito do mestre do suspense.
3. Robert Altman
Mais um que teve de se contentar com um honorário, assim só para adoçar a boca. “Nashville”? Encosta para o lado. “Short Cuts”? Nem querem saber. “MASH”? Isso não é uma série? Todos em coro para o realizador de filmes corais: não.
4. Charlie Chaplin/Buster Keaton
Os dois grandes mestres e comédia do cinema mudo norte-americano nunca foram os últimos a rir-se. Apesar da quantidade de obras fundamentais para o Cinema entre ambos (“The General” ou “Modern Times” são exemplos óbvios), entraram mudos e saíram calados das cerimónias onde foram. Chaplin ainda recebeu um honorário, até para compensar dos anos em que foi perseguido por ser comunista.
5. Akira Kurosawa
Lá por ser estrangeiro, não se pode dizer que mestre Kurosawa não tenha tido hipóteses de ter o seu sol nascente: “Ran” deu-lhe nomeação para melhor realizador em 1985, e até lhe deram, como é tradição, um honorário. Mas não: o homem que influenciou uma nova vaga de cineastas norte-americanos como Coppola ou Spielberg nunca recebeu a sua vénia devida.
6. Ingmar Bergman
Nomeado várias vezes por realização e argumento, o complexo cineasta sueco levou apenas depressões para casa, e também um honorário Thalberg. Não sei de terá inquirido Deus ou o destino, mas Bergman nunca viu recompensado o enorme trabalho em qualquer dos seus filmes.
7. Federico Fellini
O excêntrico e nostálgico italiano teve as suas hipóteses: uma dezena de nomeações, entre escrita e realização, provam que a Academia gostava do italiano (tanto que, adivinharam, lhe cozinharam um prémio honorário). Mas nunca o suficiente para lhe dar o prémio ambicionado. Nem pelas pernas de Sophia Loren!
8. Sidney Lumet
Ouviram falar pouco? Azar o vosso, que o homem tem mais clássicos do que muito jovem turco que aí anda cheio de hype: “And Justice for All”, “Dog Day Afternoon”, “Network”, “12 Angry Men”, “The Verdict”… O resultado prático foi o de ter ficado de mãos a abanar e provavelmente com vontade de gritar “This academy is out of order!!!”.
9. Sergio Leone
Nunca foi sequer nomeado. Nem por “Once Upon A Time In The West”, nem por “Once Upon A Time In America”, nem por “The Good, The Bad And The Ugly”. E já que estamos nisto, nem Morricone ganhou. Sim, porca miseria…
10. Paul Thomas Anderson/David Fincher
Dois mestres americanos modernos. Ambos herdeiros de todo este bom cinema. Ambos demasiado bons para uma Academia que nunca premiou os realizadores acima mencionados.