Género e Identidade debatidos em Ciclo de Cinema

Ao longo da sua história, o cinema foi muitas vezes veículo para contornar a censura, possibilitando uma releitura e desconstrução dos papéis classicamente atribuídos ao feminino e masculino. Relevando o papel que esta problemática ocupa na articulação com as múltiplas dimensões do “político” e, particularmente, das chamadas “políticas da identidade”, o cinema tem permitido aflorar tópicos tão sensíveis como o questionamento dos padrões da “normalidade”, dramatizando conflitos e dilemas existenciais afectos aos difíceis processos de construção e reinvenção da identidade e trazendo para o centro do debate os temas da censura, da proibição e do tabu em íntima correlação com os do preconceito, poder, hierarquia, sexismo, exploração e repressão sexual. É a partir destas coordenadas que se constitui o programa do Ciclo Género e Identidade, uma iniciativa da Leopardo Filmes, da Medeia Filmes e do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com curadoria de Bruno Marques, Luís Mendonça, Mariana Gaspar e Sabrina D. Marques.

Entre 15 de Fevereiro e 19 de Julho, o Espaço Nimas será o lugar privilegiado para debater, a partir da exibição de doze filmes, a articulação entre Género e Identidade. Em sessões quinzenais, sempre à quarta-feira, às 19h00, serão exibidas obras clássicas e contemporâneas que funcionam como exemplos transgressores em relação aos códigos e costumes dominantes nas suas épocas. Após a projecção dos filmes, decorrerá um debate com investigadores e críticos de cinema, especialistas em Estudos de Género, escritores, artistas e outros.

A primeira sessão – que decorrerá no dia 15 de Fevereiro às 19h – abre o “primeiro capítulo” do ciclo, (Re)definições do feminino com a exibição de A Academia das Musas, de José Luis Guerin (2015). Após a projecção, haverá um debate com Clara Rowland (Professora Associada no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e Elisabete Marques (doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com uma dissertação sobre Maurice Blanchot e Samuel Beckett), com moderação de Luís Mendonça (formado em Ciências da Comunicação é co-fundador e  um dos editores do site de cinema À pala de Walsh). Seguem-se os capítulos Subjugação e violência, Women Power e Queer & Transgénero.

A programação completa pode ser consultada aqui.