Primavera Sound Porto 2024 – Dez concertos a não perder

por José V. Raposo em 7 Junho, 2024 © Primavera Sound Porto

A Primavera está no fim, Junho ainda agora começou e antes que venham aí os feriados há sempre um lembrete chamado Primavera Sound, na sua edição do Porto. Distinto na programação (e nas comezainas, ainda que este ano se lamente não haver Casa Guedes) mas também nas arreliações que as sobreposições de horário nos provocam, desdobra-se em três dias de música para ajudar a estender os ouvidos (e gostos) e para marcar encontro com malta que só se vê nesta altura.

Facto de pura tristeza, esta edição não contará com Steve Albini (RIP) a liderar os Shellac (e a ser sempre um dos melhores concertos do festival). O grande mestre, maioral dos maiorais, deixou-nos há um mês e não mais veremos o aviãozinho à Ronaldo Fenómeno em Wingwalker, a pantomina de The End of Radio ou a melhor sessão de perguntas e respostas em cima de um palco que jamais existiu. Não choremos porque acabou, mas alegremo-nos porque o noise existiu e porque há, no sábado, dia 8 de Junho, às 19:25h no Palco Vodafone uma listening party do recém-lançado derradeiro disco de Shellac, To All Trains – autêntica prenda de despedida de Albini para todos nós. Spoiler: é melhor do que o antecessor, Dude Incredible, para mais que várias das suas canções foram tocadas pelo Parque da Cidade nos últimos anos.

A assessoria cá do tasco recomenda destarte a V/ Excelências os seguintes concertos da edição deste ano do Primavera Sound Porto:

Pulp – Depois de um concertão em Paredes de Coura em 2011 e de uma vinda a solo de Jarvis Cocker ao próprio Primavera Sound em 2019, bem regressados sejam os maiores mestres do sarcasmo da britpop (Palco Vodafone, 8 Jun (sábado), 21:55h);

PJ Harvey – Grande senhora cujo tamanho de letra no cartaz reflecte a sua importância na música popular dos últimos trinta anos. Das guitarras à folk exploratória, são demasiadas camadas (e qualidade) para recordar no Parque da Cidade (Palco Porto, 6 Jun (quinta-feira), 20:45h);

Mannequin Pussy – A quota de rock-alterno-com-shoegaze-na-veia fica impecavelmente preenchida com a banda de Filadélfia, que pica bem mais do que uma bifana da Conga (Palco Porto, 8 Jun (Sáb), 18:40h);

SZA – O caldeirão sónico de Sólana Imani Rowe, aliás SZA, é parte integrante do “novo normal” do Primavera Sound. Com um brilhante SOS (2022) e um Lana prestes a ver a luz do dia,

The National – O visto gold que realmente interessa ou, se se preferir, uma das amizades público-banda mais duradouras que para aí anda é parte das letras gordas do cartaz. Entre o material mais recente e os clássicos, preparem-se os refrões a plenos pulmões para a partilha com Matt Berninger e companhia (Palco Porto, 7 Jun (sábado), 23:30h);

American Football – Nome para gravar a ouro na historiografia do emo, a família Kinsella era dos nomes que faltava trazer à fronteira Porto-Matosinhos. Um quarto de século depois da estreia e uma década depois do regresso, muita história há para contar (Palco Plenitude, 6 Jun (quinta-feira), 00:55h);

Expresso Transatlântico – Quem lançou para o éter o melhor álbum nacional do ano passado (para este escriba) e já deu provas ao vivo merece que as expectativas estejam lá em cima. Em suma, um cartão de visita do que de melhor se faz por cá pronto para ser apresentado ao numeroso público estrangeiro que marca presença no festival (Palco Plenitude, 8 Jun (sábado), 17:40h);

Conjunto Corona – Não se percam na variante nem percam tempo a mafiar bairro adentro, que o Conjunto Corona faz isso por vós. Com ESTILVS MISTICVS para adicionar ao património e para apresentar, vai ser mais uma prova de força de DB, Logos e, claro, do Homem do Robe (Palco Super Bock, 8 Jun (sábado), 23:30h);

Wolf Eyes – Imprevisíveis, exploradores sónicos e donos da melhor conta de Instagram de sempre, o duo de Detroit (que ainda há pouco cá esteve) vem dar um ar da sua graça, só não se sabe é como. Fritaria, berraria, pancadaria (esta nos ouvidos) e mêmes (Palco Super Bock, 7 Jun (sexta-feira), 23:00h);

Eartheater – Porque os camaleões são para andar à solta, o projecto de Alexandra Drewchin ora poderá desconstruir, ora poderá ser mais convencional do que em estúdio, mas dificilmente será despojado de interesse (Palco Super Bock, 6 Jun (quinta-feira), 20:50h).

Outros destaques: Billy Woods; Ana Lua Caiano; Militarie Gun; Lana Del Rey; Lambchop; Blonde Redhead; Máquina; Mandy, Indiana; Crumb; Tropical Fuck Storm; Arca; Gel; Mitski; Joanna Sternberg.

Mais informações e bilhetes ali.


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José V. Raposo

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