Reportagem


Amplifest

A experiência que nos era prometida, de certo, passava muito por aqui.

Passos Manuel

22/08/2016


O derradeiro dia para aqueles que puderam usufruir da experiência completa tinha para oferecer dois concertos aparentemente mais tranquilos e sossegados. Desta feita no Passos Manuel, apresentavam-se The Leaving e Steve Von Till.

Com um ligeiro atraso, oportunamente aproveitado para se dissecar o momento especial vivido na noite anterior, Frederyk Rotter, subiu ao palco com a sua guitarra acústica sob o pseudónimo The Leaving. O músico dos suíços Zatokrev, que aqui explora os caminhos folk do singer/songwriter, é dono de uma voz delicadíssima, tendo, a espaços, trazido à memória dos presentes nomes como os de Nick Drake ou Elliott Smith.

Apresentando os temas do seu disco deste ano, Faces, teve ainda tempo para chamar ao palco Noah Landis para o acompanhar ao teclado numa canção e criar mais um belíssimo acontecimento.

Mas o momento pelo qual todos os presentes esperavam era a estreia de Steve Von Till a solo, em Portugal. À semelhança do seu parceiro de companheiro nos Neurosis, Scott Kelly, também Steve Von Till subiu ao palco do Passos Manuel e, também ele, deixou o público completamente rendido à sua performance.

Através de temas mais recentes, como “A Life Unto Itself” ou “A Language Of Blood”, de outros que conhecemos há cerca de 15 anos como “We All Fall” ou “Breathe” e até de uma cover do “true geniusTownes Van Zandt, fomos completamente arrebatados pela força de canções aparentemente tão simples.

Ainda que se tratasse de um dos músicos mais veneráveis das últimas duas décadas, provavelmente ninguém imaginava que o concerto de Steve Von Till seria tão deslumbrante e tão intenso. A experiência que nos era prometida, de certo, passava muito por aqui.


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Carlos Vieira Pinto

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