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Questão rápida: as mullets estão de volta?
Se sim, porquê?
Tínhamos esta piada guardada para o penteado de Profjam, mas achámos que era esticar a corda. Ponderámos muito com Courtney Barnett, mas decidimos contra. Felizmente, apareceram quatro rednecks norte-americanos – *relê notas* – enfim, apareceram quatro rednecks da Austrália que justificaram ressuscitar a piada.
Cortes de cabelo duvidosos à parte temos de elogiar a sensualidade trashy de Amy. Seduz, mas não sabemos como apresentar à família. A vocalista comanda um concerto como uma timoneira sem medos – adorámos as poses de pugilista – e sem frio. Dec Martens, na guitarra, e Gus Romer, no baixo, cantam aos microfones com a maior das carantonhas e agridem os instrumentos com a intensidade que aquele punk merece. Do quarteto, só Bryce Wilson parecia mais pacato, ainda que fizesse o papel de segundo comunicador.
O primeiro tema partiu tão depressa como chegou. Numa prova de velocidade com os Minutemen não saberíamos dizer quem ganharia. O que é certo é que bastou esse minuto para escrever o manifesto do concerto. Punk rockabilly, com mais moche que graça, mais guelra que afinação e mais distorção que melodia.
Se os Viagra Boys nos deixaram tentados a ir para o meio da confusão, só a turba mais declarada que os australianos provocaram é que nos mereceu uns amassos e pés pisados praticamente do princípio ao fim. Não foi a maior prova física que já “sofremos” no NOS Primavera Sound – saudades, Death Grips – mas foi o concerto que nos lembrou que só neste festival, mesmo quando a oferta musical é tendenciosa e declarada, a oferta punk é capaz de nos encher as medidas.