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Ao anoitecer do segundo dia, um regresso a Coura: Car Seat Headrest. Depois de um concerto morno (para não dizer chocho) em 2017, Will Toledo voltou para corrigir as falhas que de há dois anos.
Apresentando-se como um Joey Ramone de keytar, o que lhe faltava em cabelo e atitude em 2017 sobrou logo ali com Can’t Cool Me Down. Da keytar para a guitarra e toca de chutar uma versão dançável de Fill in the Blank – já se formava o pogo e o pit, que contou com duas pessoas a levarem encostos de cabeça para o meio do pit.
O concerto de 2017, escoceses bêbados (e este ano regressados!) incluídos, não foi mau ao ponto de este o bater aos pontos logo à quarta malha, mas o ar de contentamento dos adeptos era outro. Dá-nos mais das tuas dúvidas e da tua mágoa, Will Toledo.
E deu, que a música é a catarse dos calduços que terá levado de retardados na escola e da angústia por reconhecimento que sempre procurou. Com malhões como Sober to Death (“o Bob Dylan costumava tocar esta lá nos cafés”) e Drunk Drivers/Killer Whales terá sempre o nosso aplauso e os nossos saltos, mais carristas, menos carristas.
Não, os sintetizadores não desvirtuaram os Car Seat Headrest – bem pelo contrário, a banda é mais pesada e range mais os dentes. Digam à mãe de Toledo e às nossas que só vamos para casa quando acabar a rockalhada e não quando os hippies nos partirem a boca, porque Destroyed by Hippie Powers foi de estalo (na cara de outrem).
O pó do pelado de Coura não assentava, tal como a noção de que os Car Seat Headrest são uma banda depressiva. Tantos sorrisos na pancadaria e no fluxo de Beach Life-in-Death, composição épica com um piquinho de Titus Andronicus e The Hold Steady e feita à medida para fechar fenomenalmente concertos. Reset ao registo e outro concerto de topo.