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Como todo o catálogo da Sacred Bones, os Föllakzoid são daqueles segredos mal guardados do panorama musical contemporâneo. A sua passagem por Braga não foi uma estreia, muito pelo contrário: foi ali ao lado, em Barcelos, terra do rock, que os vi pela primeira vez. E tal como nesse distante ano de 2013, deixaram-me perfeitamente seduzida.
O trio chileno é dono de uma linguagem cósmica e matemática, que nos envolve numa espécie de mantras e conjuga na perfeição ritmos dançáveis e expansivos. Homens de poucas palavras, apresentaram-se ao mundo em 2009 e editaram em 2015 o seu “III”, terceiro longa duração da carreira.
O palco do GNRation abriu ao som de Electric desse tal álbum que comemora agora o primeiro ano. A casa esgotada não estava preparada para o que veio dali – mais de 10 minutos energizantes em que todos, todos dançámos. Seguiram-se duas recuperações do trabalho de 2013 (“II”): 9 e 99, uma viagem pelo universo paralelo que nos arrasou. Uma espécie de voo sem tirar os pés do chão.
Pausa para respirar em forma de incursão por uma espécie de afrobeat e pelos ritmos tribais no GNRation: falamos de Earth, retirado do mais recente registo. E foi a toda a velocidade que aterrámos na minha favorita, a deliciosa Trees de 2012, apresentada ao mundo num dos mais cinematográficos e noir da carreira dos rapazes.
Com um alinhamento perfeito e sumário dos momentos altos, saíram de palco depois de nos encherem de uma energia contagiante. Mas o público português não permitiu e pediu mais. Feuerzeug foi o tom o regresso, também retirado do disco “III” e igualmente abstracto na sua representação mais visual.
Foi uma noite perfeita em que a Black Box esgotada se justificou. Os Föllakzoid estão no meu top 10 de preferências – sou suspeita, é certo. Mas a verdade é que o som dos chilenos está cada vez mais apurado, mais afinado, mais requintado e propício à divagação da mente. Melhor? Só se tudo isto tivesse acontecido num relvado quente em plena noite de Verão.