Reportagem


Grizzly Bear

Ursos hibernados

NOS Primavera Sound

08/06/2018


Os Grizzly Bear eram a nossa banda fetiche do segundo dia. Os nossos salvadores do rock alternativo com laivos folk que iriam fazer o Palco Seat render-se de amores.

Como dizer simpaticamente que nos deu sono?

Por mais que vasculhemos nas nossas notas, não há muito sumo por espremer deste concerto, nem explicações ou análises sobre o porquê da desilusão.

O quarteto tocou as bonitas canções que fazem parte do reportório, a tal folk alternativa de vozes em coro que emprestou aos Fleet Foxes as harmonias, vestiram-nas com uma eletrónica subtil que tornava a vista das bancadas com o céu crepuscular a descoberto num cenário cénico e ainda assim: nada.

“So happy it’s no training. We feared a rainy festival,” confessava um Ed Droste que talvez não esperava a enchente de público que se concentrava no palco secundário para ouvir os temas que em estúdio certamente acarinhava. No entanto, ao vivo, era como injetar adrenalina num cadáver. Ninguém reagia, ninguém cantava e palmas eram poucas. “Two Weeks,” salvaria a honra do convento com uma salva de palmas que só se repetiria no fim do concerto quando a banda se depede. “Obrigado – thank you very much. This is our last song.”

Se o público adorou, então adorou baixinho e para si. Não temos explicações para um espetáculo tão manso; os ingredientes estavam lá, mas a montanha pariu um rato pardo. E custa-nos dizê-lo, mas que outra reportagem faríamos? “Tocaram estas canções, foi ‘meh’”.

Galeria


(Fotos por Hugo Rodrigues)

sobre o autor

Jorge De Almeida

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