indignu

Foi na passada noite de sábado, dia 7 de Janeiro, que o tão aguardado regresso dos indignu à capital do país aconteceu. A banda de Barcelos frisou mesmo que já não tocava em Lisboa há uns bons anos.

O mote para o concerto era a apresentação do recentemente editado terceiro álbum da banda, Ophelia que viu a luz do dia no final de Outubro de 2016 e já se pode dizer que tem conquistado os fãs. Foi mesmo sobre as seis músicas dos dois lados deste novo álbum que recaiu a essência do alinhamento para o concerto, com a banda (como já tinha feito na entrevista dada à Arte-Factos) a confessar que a divisão em dois lados nasce de uma diferença sonora que foi mais explorada no lado B.

Como já é normal por esta lusitânia o concerto começou um pouco atrasado para a hora que estava marcada, mais do que por uma culpa da banda ou da sala, por culpa sim do público que teima em quase fazer questão de chegar atrasado.

Com a sala já relativamente bem composta e a pronunciar que ainda ia ficar mais ao longo do espectáculo a banda lá subiu ao palco. Com um silêncio expectante enquanto os músicos se “arrumavam” no palco e aos seus instrumentos foi então que se fizeram soar as primeiras notas que iam abrir esta fantástica noite rica em dinâmicas e ambientes musicais e sempre com um lado bem expressivo e sentido a cada música, algo que os indignu já demonstram ser mestres.

Com o arrancar do concerto os nomes das músicas, as razões e os agradecimentos foram sempre estando presentes entre cada paragem. À medida que o concerto foi avançando estas palavras foram-se diluindo, levando o público a entrar numa autêntica espiral sonora, dinâmica e sentida de fazer cabeças sacudir e olhos brilharem.

Como referimos acima, o foco principal foi no novo Ophelia com músicas como Tâmaras ao Vento e o seu riff de ficar no ouvido, Santhiago do Schiele e as suas poderosas guitarras e bonita melodia de violino ou o single, e já mais conhecida, Mar do Norte. Mas não ficamos por aqui, e tivemos também direito às merecidas incursões pelo tanto aclamado Odysseia (de 2013) com o seu Capítulo III – chovem pedras de fogo do céu ou o Capítulo IV – Santa Helena.

Uma noite que apesar de tudo merecia uma casa mais cheia, não só por ser a primeira vez em muito tempo que a banda regressava a Lisboa, mas muito mais pela qualidade do espectáculo que ali se assistiu. No final a boa disposição e satisfação de toda a audiência e mesmo da banda era visível, a noite tinha corrido mesmo muito bem e o concerto, sem limitar as palavras, podia-se mesmo ter considerado brutal. Podia quem ainda achasse que faltava tocar uma das mais belas músicas da banda, Onde as nuvens se cruzam, mas para esses talvez o melhor seja mesmo ver o espectacular vídeo que está no youtube acessível a qualquer um.