Reportagem


Indignu

A melancolia transformada em dinâmica

Musicbox

11/05/2018


Editado ontem, o novo disco dos barcelenses Indignu foi desvendado ao vivo no Musicbox, em Lisboa, num concerto onde se comprovou a qualidade sonora apresentada em “Umbra”, com uma bateria bem pujante, cordas melodicamente bem arranjadas e dinâmicas muito bem conseguidas.

Como já era de esperar, o alinhamento do espectáculo concentrou-se essencialmente nos novos temas mas, ainda assim, houve espaço para viajar até 2016, ao escutarmos Jerusálem (do álbum “Ophelia”), e 2013, ano que corresponde ao lançamento de “Odyssea”, ouvindo-se as músicas Santa Helena e Caravela Na Ponta dos Dedos.

Pouco conversadores entre as músicas que só por si são instrumentais, os Indignu quebraram por vezes esse silêncio para explicar o que os levou a compor algumas das músicas de “Umbra”. Destaque especial para Foi Outubro, tema que a banda assumiu ter sido escrita depois da tragédia que assolou o nosso país nesse fatídico mês do ano passado.

E nem a ausência de Manel Cruz e Ana Deus, que em disco emprestam voz a Nem só das cinzas se renasce e Levitação do Sahara, respectivamente, afastaram estas duas músicas da noite de ontem. Transformadas em instrumentais, ajudaram igualmente a perceber que os novos temas funcionam tão bem ao vivo como na gravação, num concerto repleto de dinâmica e sentimentos melancólicos, bem ao estilo dos Indignu.

Numa festa tão bonita, ficou apenas a faltar uma sala mais preenchida. Apesar de não ter sido das mais pequenas audiências que vimos no Musicbox, a sala estava pouco mais que meia e o que ali se passou merecia mais que isso.

Galeria


(Fotos por Hugo Rodrigues)

sobre o autor

Joao Neves

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