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Japandroids nunca desapontam. Seja a fechar o palco secundário do NOS Primavera Sound 2017, seja às 17.50 de uma sexta-feira no Passeio Marítimo de Algés.
O ano passado manifestámos a nossa mimada indignação com o concerto de Cage The Elephant que merecia estar num palco maior do que o Heinekken. Imaginem os impropérios quando vimos o lugar dos nossos canadianos favoritos no cartaz.
Oh, pensaram que isto era uma reportagem imparcial? As nossas desculpas.
Os dois rapazes de Vancouver, já o dissémos, fazem por nós o que poucas bandas conseguem. São o nosso elixir de juventude, a nossa adolescência depurada, as nossas saudades de casa; a festa inteira da nostalgia.
Quando os Japandroids entram em palco e a distorção da guitarra a sair por um número absurdo de amplificadores per capita já adivinhamos o início da festa. “Near To The Wild Heart Of Life” dá o mote para se ouvir cantar em catarse “I used to be good and now I’m bad”.
O Palco Sagres estava composto, mas não era demasiado complicado circular-se. Ainda que nos custe dizer, o concerto de Japandroids vive também da solicitude do público e, infelizmente, já vimos uma amalgama de gente mais feliz por estar ali. Foi o que se arranjou; em palco Brian King divertia-se na guitarra e à banda será difícil apontar algum tipo de falta de entrega. Três concertos em Portugal (quatro, se contarmos o espectáculo nos Maus Hábitos) no espaço de um ano podiam deixar qualquer banda em piloto automático, mas o regresso dos músicos vem de um lugar de gratidão.
“We played Madcool at 2am,” contava o vocalista sobre a noite de ontem e as peripécias para conseguir estar a horas em Lisboa. “When I see you out there it was worth all the bullshit to get here.” Houve ainda elogios a Pearl Jam e a promessa de que a banda de Seattle nos ia dar uma coça.
Correndo os acordes regados a distorção a banda passava em resumo os pontos altos de apenas três álbuns. “North East South West,” mereceu particular destaque e apresentações pelo vídeo gravado no Porto.
“Thank you, Portugal, you’ve been so good to us,” explicava a voz de veia na garganta que confessava que na recta final da digressão era-lhes imperativo passar pelo nosso país.
“This song is for everyone who has seen Japandroids before and came to see us again,” agradecia-se antes de “The Nights of Wine and Roses.” O concerto sentia-se a terminar mas faltava a peça de resistência destes certames. “This is gonna be our last song tonight; sing along, don’t be shy.” E com estas palavras constrói-se “The Houve That Heaven Built.”
Quem quiser uma banda para a vida tem aqui nos Japandroids uma daquelas bandas que devolve o amor. Se quiserem fazer dos canadianos aqueles sucessos em Portugal que ninguém percebe muito bem de onde vêm (ver, dEUS, James, Anastasia) digam-nos onde assinar.