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Não temos a omnipresença de outros meios para podermos afirmar que sabíamos ao que vínhamos. Depois de Sleaford Mods e Swans, aproveitámos já estarmos no Palco. – leia,se “palco ponto” – para ver o que tinham para oferecer estes jovens australianos. Na pior das hipóteses teríamos um termo de comparação para os Black Angels, que actuam no último dia do festival.
FOI DE CARAL—-
Perdão, deixem-me recompor. Vá, profissionalismo.
King Gizzard & The Lizard Wizard são a razão pela qual faz sentido ir a festivais. Julgando pela assistência, algo parca no início do concerto, por comparação aquela que já suava no fim, damo-nos a liberdade para assumir que ainda que o NOS Primavera Sound estivesse familiarizado com alguma discografia da banda, não estava consciente do fenómeno que são ao vivo. Nós incluímo-nos.
Vamos por partes: Nem tudo estava bem antes do concerto começar. O soundcheck foi feito cerca de meia hora antes e o início das hostilidades parecia trôpego. “Are we good?” perguntava o vocalista Stu Mackenzie. “I’m sorry, the P.A. is off.”
Não estava a ser um início auspicioso e a ansiedade aumentava. Talvez tenha resultado em seu favor, porque quando o single de Flying Microtonal Banana, “Rattlesnake”, se principia o NOS Primavera Sound perdeu a cabecinha coletiva com esta descarga de dopamina musical.
Os King Gizzard não se alongam muito em palavras. Pontuam o concerto com um ou outro “obrigado”, mas sabem que o seu forte é outro. No entanto, faça-se-lhes justiça, porque são extremamente comunicativos. Particularmente Mackenzie, que era um one man show de caretas e contorcionismo. O seu headbanging sui generis, mais horizontal que vertical, e a língua de fora faziam metade do espetáculo.
A dinâmica do palco cá para baixo parecia um eterno jogo de poker. Ninguém cedia na hora de fazer subir a parada. Mosh e crowdsurfing foram o pão e vinho desta ementa. Se o ambiente já era agreste durante os versos de temas como “Doom City” e as quinhentas partes do duo “Alter Me” e “Alter Beast” os breaks musculados destes roqueiros mais psicadélicos eram pequenas nagasakis de contacto físico. “Nuclear Fusion,” com o seu baixo a fazer lembrar a “Waiting Room” dos Fugazi , Gamma Knife e People Vultures deixaram-nos especialmente receosos.
Os australianos de guitarras feias já haviam agradecido ao público por os terem vindo ver a uma hora tão tardia, mas depois de terminarem “The River” e se despedirem com um “Ciao, obrigado” ninguém estava pronto para ir embora. Estavam roadies em palco, os microfones já tinham sido desligados, antes de cair a ficha de que o concerto terminara.
King Gizzard & The Lizard Wizard são banda que nos estraga. Como é que nos preparamos para um terceiro dia depois disto?