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Espectáculo de luz e cor, numa noite de glória para os Nightwish, que apenas pecaram por deixar em suspenso um público que esperava ouvir “Wish I Had an Angel” e outros hits.
Os Nightwish são uma das bandas de culto que por mais anos que passem, vão ter sempre audiência. Em 2016, chegam até nós com um novo álbum e nova vocalista. Prova de fogo para muitíssimas bandas, mas não para esta, não fosse a vocalista tremendamente respeitada no meio. Floor Jansen (ex-After Forever) assentou que nem uma luva na banda, ainda que alguns cépticos continuem a não acreditar na saída de Tarja Turunen, passada uma década. No entanto, e depois de Anette Olzon, a escolha de Floor parece ser a mais acertada e a que mais de encontro vai à exigência dos fãs.
No álbum mais recente, Endless Forms Most Beautiful, lançado no ano passado, já se pode escutar o que Floor Jansen consegue fazer e esta mostra encaixar-se bem na sonoridade do grupo, trazendo um misto de doçura com algum agressividade.
Com “Roll Tide” de Hans Zimmer, como que som de uma marcha triunfal, os elementos da banda vão tomando as suas posições em palco, provocando a euforia geral. “Shudder Before the Beautiful” é a primeira que se ouve, esta que também é a primeira faixa do novo registo. “Yours Is an Empty Hope” é o tema que se segue, também dos mais recentes. O novo álbum parece cair bem no público, mas ouve-se “Bless the Child” num inevitável vislumbre do passado. São as faixas originalmente interpretadas por Tarja Turunen que provocam mais expectativa, pressão a que Floor responde sem medos.
Esta dirige-se pela primeira vez ao público português com um “Hello Lisbon! Are you having fun? Do you like stories?”, numa interpelação que serve para anunciar “Storytime”, do álbum Imaginerium. O regresso ao mais recente trabalho faz-se com “My Walden”, tema que o público parece já conhecer bastante bem e canta a plenos pulmões e de punhos no ar, a mais calma “Élan” e a mais tempestuosa “Weak Fantasy”.
“7 Days to the Wolves” leva-nos ao álbum mais bem sucedido comercialmente, Dark Passion Play, da fase Anette Olzon, e aqui a união de vozes de Marco Hietala e Floor encaixa na perfeição. “The Siren” recua ainda mais no tempo, mais precisamente a 2005. Nesta, Floor Jansen ausenta-se momentaneamente do palco. “The Poet and the Pendulum” une de novo as vozes do público e da banda e “I Want My Tears Back” é cantada religiosamente pelo público e que faz estremecer, literalmente, o chão do Coliseu com saltos colectivos. “Nemo” é um dos expectáveis momentos da noite, revelando uma inegável ligação emocional entre banda e público. Ouvimos “Stargazers” e Floor pede-nos para sermos ainda mais barulhentos na próxima. Trata-se de “Sleeping Sun”, um clássico que desafia as cordas vocais mas que Floor arrebata, sendo constantemente aplaudida. “Ghost Love Score” é outra canção recebida de braços abertos.
Depois de uma saída de palco, a banda regressa para tocar a épica “The Greatest Show on Earth”. No fundo, as projecções são poderosíssimas e lê-se “We were here” no fundo do palco, enquanto se canta o mesmo verso. A luz sobe e a banda faz a típica vénia conjunta, despedindo-se. As projecções continuam, mas a banda não volta e a multidão leva alguns minutos até perceber que já terminou. Ouvem-se assobios, até porque de fora e para surpresa da maioria, ficou “Wish I Had an Angel”, talvez o maior hino de Nightwish.