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Cartaz de sonho para comemorar a 10ª edição do NOS Alive. O festival que, ao longo dos últimos anos, tem levado milhares de pessoas ao Passeio Marítimo de Algés, registou nesta sua edição a maior enchente de sempre.
O primeiro dia era o único para o qual ainda restavam alguns bilhetes, que pouco devem durado a julgar pelas grandes filas formadas junto à bilheteira ao final da tarde. Enquanto isto, os escoceses Biffy Clyro apresentavam o seu mais recente trabalho, Ellipsis. E foi com o single de apresentação do seu novo trabalho, Wolves of Winter, que se lançaram num enérgico concerto, para uma plateia maioritariamente internacional, resultante de serem uma banda que, apesar de já gozar de um certo estatuto, ter uma exposição muito maior lá fora.
Os sons quentes de ATLAS, primeiro longa duração de Branko a solo, revelaram-se uma banda sonora perfeita para um final de tarde. O álbum é uma delícia: resultou de uma viagem que o músico fez durante cinco semanas e durante a qual visitou três continentes na busca de influências. O resultado é uma envolvente fusão de sonoridades que se vai descobrindo a cada passagem. Naturalmente, os ritmos africanos são os que mais sobressaem, mas reinventados de uma maneira inteligente e sedutora.
Ouve-se Misirlou em Algés e não, não são os Black Eyes Peas (graças a deus). Robert Plant & the Sensational Space Shifters entram em palco para uma grande ovação. Afinal, não é todos os dias que temos o prazer de estar perante uma lenda viva do rock. São quase 70 anos de vida, quase 50 de carreira, e quase tantos esses de anos loucos. Robert Plant continua em grande forma. A voz pode não ser a mesma, mas os agudos relembram-nos dias gloriosos de Led Zeppelin. E foi precisamente à icónica banda que foi buscar grande parte do reportório que apresentou esta noite. Arrancou com The Lemon Song e levou o público à loucura com The Black Dog e com a breve, mas intensa passagem por Whole Lotta Love. Sempre muito interactivo, falou de futebol, saudou a audiência e deixou tudo em palco. Trouxe ainda alguns temas do trabalho que tem desenvolvido com a sua nova banda, os Sensational Space Shifters, que nos deixam de água na boca para descobrir que mais frutos pode dar esta poderosa colaboração, onde guitarras, djambés e banjos se cruzam numa sinergia perfeita.
O concerto de Pixies foi um daqueles momentos pouco consensuais: os fãs de longa data saíram rendidos perante um alinhamento perfeito, mas os curiosos ficaram desapontados. A banda, que conta agora com Paz Lenchantin como baixista após a saída de Kim Deal, chegaram, despejaram um punhado de canções, e saíram do palco com a mesma rapidez com que entraram. No entanto, as canções de Doolittle e de Surfer Rosa compensaram a frieza da banda de Black Francis (e para quê perder tempo com conversas se há tantas músicas para tocar). Sem surpresa, temas como Where Is My Mind?, Here Comes Your Man ou Debaser foram as estrelas do espectáculo.
Três baterias em palco e os Soulwax estavam prontos para acordar novamente o NOS Alive. Tudo o que se passou a partir daí foi a transformação do Passeio Marítimo de Algés numa gigante danceteria. A banda, que já devia uma actuação ao NOS Alive desde o cancelamento de 2013, redimiu-se depois desta grande aparição.
E foi mesmo o melhor aquecimento que se podia pedir para The Chemical Brothers, que mostraram que não estavam a brincar quando escolheram Hey Boy Hey Girl para começar a actuação. O que se havia de passar a seguir foi uma enorme festa da qual não se queria sair apesar da luta contra o cansaço. Irrepreensíveis nos efeitos visuais, que em tanto engrandeceram o espectáculo, foram o mais próximo que se conseguiu nesta noite de se chegar a um momento memorável.
Entretanto, no palco Heineken subiam ao palco os Sean Riley & The Slowriders para um concerto forte, onde imperou o sentimento de união. Esta foi a primeira aparição depois do recente trágico desaparecimento do baixista Bruno Simões. Como a própria banda escreveu dias antes no facebook, onde quer que o Bruno esteja, ele queria que continuassem. E foi isso que fizeram, com uma enorme coragem prestaram uma honrosa e merecida homenagem a um irmão de armas.
A noite estava incrivelmente quente, mas nem isso tornou as actuações deste primeiro dia memoráveis. Mas funcionou bem como aquecimento para os dois dias que se haviam de seguir.