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O segundo dia de NOS Alive é o mais esquizofrénico dos três dias. Por um lado houve Foo Fighters no Palco NOS a levarem para casa a taça do melhor concerto de toda a edição do festival. Por outro lado, houve aquilo que aconteceu em The Cult.
Mais um dia esgotado, mais um dia de chegar cedo. Desta feita, trocámos o Palco Heineken pelo Palco Clubbing e às 17h assentámos arraiais de baixo da pequena tenda.
Houve tempo para ver os Killimanjaro e os Cave Story. Ambas portuguesas, ambas do rock, têm uma abordagem muito diferente ao género. A primeira traz na bagagem o blues agressivo, o garage e o que tanto pode ser stoner rock, como o que se ouvia durante a “new wave of british heavy metal.” Tiveram mais público que, por exemplo, o primeiro concerto do dia anterior no Palco Heineken. Um spot publicitário que inclui o tema “December,” do álbum Hook terá ajudado. É merecido. É uma boa canção e imaginamos que aos poucos os palcos vão ficando maiores. Quanto aos Cave Story, gostávamos de ter ficado para ouvir tudo. O concerto de contornos mais letárgicos e postura lowkey cool merecia uma outra reportagem.
Já no palco Heineken, esperamos pela primeira de duas bandas só com elementos femininos. Não somos – e por “nós” entenda-se o tipo que escreve – fãs da música das Savages se a tivermos que ouvir em casa, mas estendemos a mão à palmatória: ao vivo a banda faz justiça ao nome. Para um relato mais completo, é seguir a hiperligação da reportagem.
Fazemos uma pequena pausa para comer qualquer coisa antes de irmos reservar lugar lá à frente no Palco NOS. Ao chegarmos os The Cult já estão em palco a fazer das tripas coração para dar um bom espectáculo. O esforço caiu em saco roto. Alguém terá subestimado o interesse do público português nestes veteranos. “Sweet Soul Sister” ainda valeu muitos aplausos, mas já nada apagava a frustração de Ian Astbury. Ao despedir-se lança o que tanto foi um elogio como uma farpa. “You have good drug laws. This is for the stoners; this is for the texters.” Pois…
Aos The Kills esperava-lhes uma sorte semelhante. Felizmente o duo não se deixou afectar. Alison Mosshart e Jamie Hince deram um concerto cheio de pujança, mas o público não estava para aí virado. Os The Kills são, em abstracto, uma banda que o público português deveria adorar. Quem é que gosta de White Stripes, Foo Fighters, The Black Keys, James e não inclui também The Kills? São uma banda que faz sentido para nós. Como consequência, estamos todos sobre a impressão que há de ser o vizinho do lado que é fanático dos The Kills. E depois ninguém é.
Esperamos que voltem. Numa sala mais pequena, talvez. Alison Mosshart, a metade mais interessante do duo, merece um altar cá pelo burgo.
E agora? O que é que falta dizer sobre Foo Fighters que já não tenha sido dito?
A nossa reportagem ao concerto é, neste momento, o artigo mais lido de sempre do Arte-Factos. O público português tem fome de mais concertos da banda de Dave Grohl. Houve devaneios a mais? Sim. Pequenas excursões inconsequentes pelo catálogo de outra bandas? Também. Momentos de indulgência a mais? Tudo certo. Mas quem gosta de música também gosta de músicos que gostem de tocar e o demonstrem. Os Foo Fighters são uma das maiores bandas do planeta, mas têm o entusiasmo em palco duma banda do secundário que se viu apanhada num concerto para milhares de pessoas. Nem nos ocorre que já são homens nos seus 50 anos de idade.