Reportagem


PAUS

Ritmos e batidas quentes

Musicbox

04/01/2019


Para abrir em grande a jornada musical de 2019, o Musicbox recebeu o concerto de PAUS, na passada sexta-feira. A banda lançou Madeira no ano passado e aproveitou esta data para continuar a mostrar algumas das músicas que o compõem.

Pensar em assistir a um concerto de PAUS é algo que mesmo que passem alguns anos ainda nos consegue arrepiar os pêlos do braço. Por muito tempo que passe – e a banda está a celebrar este ano uma década – é uma experiência que não se esgota e que nos entusiasma sempre. A comprovar isso está mais um aviso de concerto esgotado colado na parede assim que entramos. É algo que sabemos de antemão quando lidamos com este super-grupo do panorama musical português: Quim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e Fábio Jevelim sabem-no.

Portanto, e a contrariar peremptoriamente o frio gélido que se sente na rua, dentro da casa ouvem-se ritmos e batidas quentes. As hostes são abertas com a electrizante “Língua Franca”, extraída do álbum homónimo do longínquo ano de 2011. Ah, como é belo voltar a sentir esta bateria siamesa mais uma vez!

“L123”, uma das faixas mais impulsionantes de Madeira, é introduzida por Quim Albergaria como uma “cantiga que eu curto bué” sobre transportes públicos. Parece-nos algo com que a maioria se consegue relacionar, na verdade. Em “Mo People”, vinda de Mitra, a plateia aquece abanando a anca. A faixa que empresta nome ao álbum, “Madeira” tem um jogo de teclados que nos vira do avesso, com um toque dreamy e tropical ao mesmo tempo. Sempre bem acolhida é “Bandeira Branca”, talvez das mais conhecidas e por isso capaz de pôr toda a gente a cantar.

Um dos momentos altos da noite pertenceu ao baixista Makoto, profissional destas andanças, que tentou andar entre as mãos do público, uma proeza que já aperfeiçoa desde os tempos de If Lucy Fell. Tarefa tanto ou quanto difícil e que não o levou, literalmente, muito longe. O público não o conseguiu carregar, mas carregou durante toda a noite no entusiasmo. As faixas novas caíram que nem ginjas. Não houve empurrões, nem mosh, mas ainda assim houve um público modesto que esteve atento a cada faixa e a cada movimento em palco.

Com um obrigado despedem-se com a sensação de mais uma missão cumprida. Nós, deste lado, saímos mais uma vez com a noite feita.

Galeria


(Fotos por Inês Ventura)

sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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