Reportagem


Rock In Rio

Um dia para toda a família

Parque da Bela Vista

24/06/2018


© Rock In Rio-Lisboa

O segundo dia de Rock In Rio-Lisboa aconteceu no passado domingo, com um cartaz dedicado a uma audiência mais jovem, em especial no Palco Mundo, com as actuações de Agir, Anitta, Demi Lovato e Bruno Mars.

A oferta musical um pouco mais diversificada ficou entregue ao palco Music Valley, onde começámos o nosso dia a ouvir Língua Franca, projeto que nessa tarde juntou Capicua aos rappers brasileiros Emicida e Rael, numa autêntica celebração da língua portuguesa e dos seus vários sotaques, contanto ainda com Sara Tavares como convidada especial.

Quando este espectáculo terminou já o português Agir se fazia ouvir no Palco Mundo. Apesar do palco principal do festival ter uma audiência considerável e melhor que no dia anterior à mesma hora, ainda eram muito mais as pessoas que circulavam pelo recinto colecionando brindes das diferentes marcas presentes.

Pelo palco Music Valley, era a vez dos igualmente nacionais HMB se fazerem ouvir, e foi exactamente neste concerto que comprovámos que este dia de festival seria aproveitado por um público mais jovem. Ficou também clara mais uma vez a descrição do Rock in Rio como um festival para famílias, pois eram muitos os pais com os seus filhos que assistiam aos concertos ou circulavam pelo recinto.

Quanto aos HMB, mostraram mais uma vez ser uma das bandas portuguesas mais consagradas nascidas no novo milénio. Foram muitos e de várias idades os que cantaram todas as músicas em coro com a banda, apesar do concerto acontecer num palco secundário do festival.

A coincidir com a hora de jantar começou o concerto da brasileira Anitta, e o recinto começava a ficar cada vez mais cheio, antevendo o que estaria para vir. O Show das Poderosas chegou ao Palco Mundo e Anita, para além da sua música com sotaque e influência brasileira, trouxe consigo muita dança e um imenso espectáculo cénico.

Seguiu-se a norte americana Demi Lovato, na sua estreia – não só em concerto, mas pessoal – em solo português. A esta hora o recinto estava bem mais cheio que à mesma hora do dia anterior, mas o concerto em si limitou-se a um constante e exagerado “puxar de voz” da cantora, que tentou assim criar mais emoção nas suas músicas, mas que muita das vezes acabava por ser forçado e até aborrecido. Acabou por sobressair os dotes do guitarrista em dois ou três solos.

E chegamos ao derradeiro concerto da noite. Bruno Mars era o próximo a subir ao Palco Mundo do Rock in Rio-Lisboa e, se no dia anterior já tinha estado bastante público, antevia-se a enchente para ver o artista, sendo este o dia do festival que há muito já estava esgotado.

Com um espectáculo que foi bem mais do que musical, Bruno Mars mostrou o porquê de ser considerado um dos músicos pop mais interessantes da actualidade. Dono de músicas bem ritmadas e uma qualidade musical inegável, algo que se estende igualmente a todos os elementos da banda que o acompanha, o artista fez desfilar alguns hits como Treasure, Marry You e Locked Out Of Heaven, que levaram ao delírio os milhares de fãs presentes no parque da Bela Vista.

Como não podia deixar de ser o hino que é Uptown Funk fechou uma noite em grande com um espectáculo que, por muito que se tenha gostos diferentes, não se pode negar a qualidade. Teve de tudo, dança (todos os músicos mostraram também excelentes dotes para ela), luzes fantásticas e fogo de artifício em perfeita harmonia com o espectáculo.

Vemo-nos no próximo fim de semana?


sobre o autor

Joao Neves

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