//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Na antecipação para o concerto de Royal Blood, dizíamos que tencionávamos descobrir como é estar do lado mais malogrado dum atropelamento por um camião. E que abalo descomunal.
Com o segundo álbum lançado há coisa de três semanas o duo, Mike Kerr e Ben Thatcher, caiu no palco Heineken com a subtileza dum panzer numa pista de karts. A robustez do roque e role dos ingleses não conhece treble, e no momento em que se ouve o riff de “Where Are We Now” reverbera pelo público que extravaza o perímetro daquele espaço o mesmo impulso violento.
Não que sejamos os maiores fãs de moshpits – aliás, achamos que, a acontecer, é lá à frente porque atrás está quem escolheu não andar aos encontrões -, mas o paralelismo do que acontecia em cima e fora do palco tornou o concerto dos Royal Blood o melhor do primeiro dia. A sinergia e o genuíno entusiasmo de quem se manifestava e conhecia as letras de coração elevaram o espectáculo, que nunca seria mau, mas que foi tão melhor assim.
Esse sentimento viria a ser ecoado por Mike Kerr. “ This is, literally, the best crowd in the fucking world.” Nós acreditamos. Mas em palco também se fazia por o merecer. A inquietude do baixista que não se deixou dissuadir pelas limitações de engate do instrumento só é comparável às caretas que ia fazendo quando sentia a música. E se puderem dispensar uns segundos para falarmos de Ben Thatcher, acho que é importante falar das palavras do senhor: “Never in my life have I seen has many beautiful men in the same place at the same time.” Sua besta do Apocalipse linda. Se algum dia te disseram que te esqueci, chora, pois nesse dia morri. Quem viu leva tatuado na memória como a bateria era frenética e animalescamente chicoteada pelos braços de Thatcher.
Como seria de esperar, os temas mais consolidados são todos parte do álbum debutante que, se em 2014 achámos que sofria sem grande prejuízo de uma certa “mesmíce”, ao vivo soa bem mais eclético. A tour de force que encerra o concerto, “Loose Change,” Ten Tonne Skeleton” e “Out Of The Black” são quase demasiado para um homem se aguentar. Mas o NOS Alive sabe-as de cor e não desarma. “Out Of The Black” teve direito a tease à vinda do baterista a público para vir conhecer este família afastada.
Melhor concerto do Alive? A bola está do vosso lado, Foo Fighters.