Reportagem


Santana

Aos 69 anos, Carlos Santana continua a ser um jovem cheio de sangue na guelra e durante mais de duas horas animou uma MEO Arena dançante e cheia de salero.

MEO Arena

27/07/2016


© Foto oficial Everything Is New

Aos 69 anos, Carlos Santana continua a ser um jovem cheio de sangue na guelra e durante mais de duas horas animou uma MEO Arena dançante e cheia de salero.

Pouco depois das 21h, arranca “Soul Sacrifice” com imagens de Woodstock no fundo. No palco, é acompanhado por mais 8 músicos. Tocam “Freedom in Your Mind” e seguidamente Santana dirige-se pela primeira vez ao público e por intermédio de algumas palavras em espanhol diz que “aqui não há medo, apenas amor e luz”, recebendo efusivos aplausos. “Maria Maria” é um dos primeiros momentos da noite. Uma das faixas mais mediáticas do artista, que convida a um pézinho de dança e dá azo a muitos telemóveis no ar. Aqui Santana mostra a versatilidade e alterna entre a guitarra acústica e a elétrica.

“Samba Pa Ti”, outro clássico que figura nas maiores rock ballads de todos os tempos é o tema ideal para os vários casais que compõe o recinto, deixando-os mais abraçadinhos e tornando a MEO Arena num salão de baile. Enquanto o ambiente se torna mais meloso, Santana continua compenetradíssimo, dedilhando a sua arte enquanto masca descontraídamente uma pastilha.

“Evil Ways” traz um pouco de Havana e é mais um momento em que só nos faltam as maracas. Seguem-se mais umas palavras de Santana que parece bastante consternado pelo medo e pelo perigo dos atentados com que temos que conviver actualmente. Envergando um casaco que nas costas exibe a palavra “Luz”, afirma que “temos que acabar com as religiões” e que só quer paz neste mundo. De olhos fechados, pede ao público que desligue a televisão e que se diminua a frequência de violência.

Foto oficial Everything Is New

Foto oficial Everything Is New

O teclista improvisa um solo incluíndo a intemporal “Imagine”, que une as milhares de vozes presentes e marca um momento solene dada a situação que se vive no mundo. Um dos momentos mais entusiasmantes da noite ficaria a cargo da baterista Cindy Blackman, que durante vários minutos improvisou um solo que levou ao rubro todos os presentes. Santana congratularia depois a colega, anunciando-a como a sua mulher e melhor amiga.

Há ainda tempo para convidar a subir a palco um dos grandes saxofonistas portugueses, Carlos Martins, que toca em “Freedom”. “Corazón Espinado” rende de novo as vozes e parece ser bem conhecida por todos, não fosse um dos maiores hits dos early 2000’s. “Oye Como Va”, é outra que não deixa que os telemóveis fiquem quietinhos no bolso.

Para o encore ficaria “Smooth”, talvez a canção mais radiofónica de Santana, “Toussant L’Overture” e “Love, Peace and Happiness”. Noite de glória para um dos artistas da velha guarda, imbatível pela acção do tempo e certamente de presença marcada no nosso país num futuro próximo.


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Andreia Vieira da Silva

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