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O derradeiro dia de Janeiro marcou o regresso de Steven Wilson a solo a Portugal. Cerca de dois anos e meio depois da sua estreia, o músico britânico regressou exactamente ao mesmo local, a Sala Tejo da agora Altice Arena, desta feita com o pretexto de apresentar o seu mais recente álbum “To the Bone“, editado no ano passado.
A digressão de apresentação daquele que é talvez o mais controverso álbum de toda a carreira do músico começou no nosso país, e o próprio asssumiu que tinha sido posto muito esforço na preparação de todo o espectáculo, pedindo antecipadamente desculpas por quaisquer falhas que viessem a acontecer.
O início aconteceu através de uma projecção de um pequeno foto-filme, demonstrando como simples imagens podem gerar discórdia e ter diferentes interpretações. A tela transparente onde estas projeções foram exibidas foi aliás algo constante durante todo o concerto, criando um efeito visual muito bem conseguido, com a banda a tocar atrás dela.
O nervosismo da estreia da tour, como de muitas músicas ao vivo foi sentido bem cedo, com as primeiras frases de “To the Bone” (primeira música do setlist) a serem cantadas num registo vocal um pouco mais seguro do que o usado na gravação. Com o avançar do concerto esse nervosismo foi-se dissipando, acompanhado por honestas palavras que o músico ia partilhando com a audiência. Por sua vez, os problemas técnicos, esses foram aparecendo, com o amplificador da guitarra de Steven Wilson a deixar de funcionar exactamente no meio do solo que este tocava. De notar a excelente resposta que o resto da banda deu ao problema, especialmente por parte do novo guitarrista, Alex Hutchings, que deu asas ao seu virtuosismo.
O concerto acabou por ser composto não só de músicas do novo álbum a solo, mas também de muitas músicas de Porcupine Tree, como “The Creator Has a Mastertape” ou “Heartattack in a Layby“, com a revisita à discografia dos Porcupine Tree a não fugir igualmente a “Arriving Somewhere but not Here“, “Sleep Together“, “Even Less“, numa versão a solo com uma guitarra e um pequeno amplificador e a já tradicional “Lazarus” a marcar um dos momentos mais emotivos da noite.
Já acompanhadas pelos ensaios ali ao lado para o concerto de Metallica (que aconteceu no dia seguinte), no final do espectáculo vieram ainda músicas dos primeiros álbuns a solo de Steven Wilson como “Harmony Korine” ou “The Raven that Refused to Sing“, música que encerrou a noite.
O amadurecimento do músico e da sua música foi talvez das coisas mais presentes em todo o espectáculo. Não houve medo de tocar “Permanating“, a música mais pop e polémica do novo álbum, com o músico a dar uma prévia explicação para a necessidade criativa por detrás da sua composição, respeitando ainda assim os fãs que dela não gostam. E talvez não sejam assim tantos, a julgar pela incapacidade de controlar os corpos dançantes presentes no público.