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O Círculo Católico de Operários de Barcelos (CCOB) é uma pequena sala fabulosa, onde já assistimos concertos inesquecíveis e irrepetíveis: Föllakzoid em 2013, Black Bombaim & la la la ressonance em 2014, e agora a penúltima paragem do circuito Super Nova.
Lançado em Setembro de 2017, numa curadoria Maus Hábitos e Super Bock, o festival itinerante leva ao Porto, Viseu, Évora, Almada, Loulé e, claro está, Barcelos, música vibrante feita por projectos nacionais que merecem a nossa reverência.
Com três nomes em cartaz, a noite no CCOB foi dos Killimanjaro, banda local a jogar em casa, que atraiu uma massa de fãs e esgotou a sala. De braço ao peito, o vocalista exibia uma fractura recente que o impossibilitou de pegar na guitarra: safou-os um amigo que “aprendeu tudo da hora do lanche para a hora do jantar”. Quatro temas bastaram para levar a sala ao rubro, surpreendendo os mais incautos com um tufão rock e um vocalista que nasceu para se gingar em palco, encarnar um certo glam da década de 70 e entoar hinos orelhudos que merecem para sempre lugar no nosso coração.
Mas antes de Killimanjaro, a abertura da noite coube aos Ermo, que souberam aquecer o público com a sua batida doente™. Estou a muito pouco de reunir provas que sustentem a minha tese: a linguagem construída para o disco “Lo-fi Moda” é pura programação neurolinguística, que nos reconfigura através de strobes e vocoder. Vão transformar-nos em Nexus-6 cuja única função será curtir a vida. Fiquem a pensar nisso.
Mas dizia-vos eu que a noite teve em cartaz três bandas, e o encerramento foi dos The Parkinsons, históricos do punk português. Achei eu que este seria o nome mais aguardado e que arrastaria o Minho até à terra do galo. Mas como me enganei… Subiram ao palco depois do devastador concerto de Killimanjaro, e para além de perderem uma parte do público, foram-se os mais enérgicos. Esforçaram-se muito por entregar um espectáculo memorável, mas apenas as primeiras filas lhes corresponderam. E nem o tradicional insulto ao público provocou a reacção ansiada.
O Super Nova arruma agora malas com destino a Loulé a 9 de Dezembro, o último concerto da tríade Ermo / Killimanjaro / The Parkinsons. Estes meses de estrada e concertos esgotadíssimos demonstraram que há público, há vida e há sede de cultura por todo o país, não apenas na capital e na invicta, e que o público quer conhecer novos talentos e experienciar caminhos sonoros distintos. É como ouvimos no clássico de Kevin Costner, “Field of Dreams”: If you build it, they will come.