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A Netflix reservou para Setembro a estreia de Ezra Koenig dos Vampire Weekend no mundo do anime. Neo Yokio é uma cidade-estado milionária, distópica e elitista, evidentemente baseada em Manhattan e a recordar a animação de 1987 Neo Tokyo.
Neo Yokio não se preocupa com a segurança dos seus cidadãos pobres.
A juventude dandy vive entre festas e eventos desportivos, em que a moda, o luxo e Toblerones gigantes desempenham um papel central na organização e experiência sociais. No topo dos arranha-céus joga-se ténis e enterram-se os mortos, uma boa parte da área residencial está submersa. E as torres gémeas do World Trade Center também, percebemos no quinto episódio.
Jaden Smith dá voz à personagem principal, Kaz Kaan, um miúdo melancólico existencialista, que procura significado para a sua vida nos valores vazios da cidade que não o aceita totalmente, e insiste em chamar-lhe de novo-rico. É descendente de uma família magistocrata: um clã de feiticeiros que defende Neo Yokio de demónios em permanente ataque, a quem a certa altura chamam de “terroristas”. Para manter o seu estatuto social tem de trabalhar e exorcizar demónios, e esforça-se para se manter no topo do ranking dos eligible bachelors exibido no centro da cidade.
A cada episódio há uma nova missão, com saídas para os subúrbios que revelam a vida para lá do centro urbano. Kaz vai a uma discoteca que passa house gregoriano em Queens e nos Hamptons encontra um primo provinciano (voz por Ike Barinholtz), revelando a sua sobranceria de classe alta.
As missões são-lhe atribuídos pela tia (voz de Susan Sarandon), está sempre acompanhado pelo fiel robô-mordomo (voz de Jude Law, a recordar o seu papel no filme A.I. Artificial Intelligence de 2001) e os amigos Lexy and Gottlieb (vozes dos comediantes The Kid Mero e Desus Nice).
Aliás, o elenco da série é impressionante:
Neo Yokio é uma série de animação para jovens adultos, despreocupada e sonhadora. Afinal, a vida seria bem mais simples se as responsabilidades mais mundanas fossem a escolha do smoking certo para aquele baile.
Mas é também uma crítica social à cegueira selectiva das elites endinheiradas, despreocupadas com os cidadãos mais pobres e com a conservação do Guggenheim (há uma corrida de Fórmula 1 que atravessa as galerias e atropela obras de arte). Afinal, em Neo Yokio apenas a satisfação do ego interessa.