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Volta a ser Dezembro e voltamos às datas da praxe: Natal, passagem de ano e, claro, o dia em que queimamos a cabeça para conseguir comprimir tudo o que de melhor aconteceu ao longo de todo um ano numa lista com dez entradas. Na música isso foi especialmente difícil neste ano, num 2017 em que houve muitos e bons álbuns, assim como concertos que vieram confirmar que certas coisas funcionam ainda melhor ao vivo. Foi uma das listas mais difíceis dos últimos anos, encabeçada pelo mais recente álbum de The XX, a escolha menos óbvia e consensual no panorama geral, num top 3 que dá lugar também aos brilhantes álbuns de Queens of the Stone Age e The National. A liderança fica ocupada por uma escolha que é algo pessoal, mostrando que a música é mais do que um conjunto de sons que podem, ou não, ser agradáveis para os nossos ouvidos. Espera-se mais e melhor para o próximo ano, com a certeza desde já que os óptimos concertos vão continuar, com os inúmeros espectáculos fantásticos que estão já confirmados para este pequeno país. Que venha esse 2018!
A americana voltou aos álbuns quatro anos depois e em boa hora regressam as suas sonoridades estranhamente sobrepostas que de algum modo funcionam e são agradáveis. O single New York não é o melhor exemplo do que o álbum tem para oferecer, ficando ainda assim uns pontos abaixo do seu precedente, sem que isso signifique algo horrível também.
Falei em sonoridades estranhamente sobrepostas ali atrás? Mau, agora é que não sei como descrever ao que soa este Oczy Mlody dos The Flaming Lips. Entre qualquer coisa cósmica e um instrumental épico, decido ir pelo atalho fácil que é dizer simplesmente que o álbum soa bem e que merece o seu destaque aqui.
Nunca um álbum vai dar nem um pouco daquilo que é o furacão das danças estranhas de Samuel T. Herring em palco. The Far Field é melhor apreciado se fecharmos os olhos e imaginarmos a banda ao vivo, algo que poderemos realmente fazer no próximo ano, por cortesia do NOS Alive. Aproveitem, seja para ver, para ouvir ou para ambos.
Às vezes parece que partir o coração é o melhor remédio para ter um bom álbum, mas aqui esse acontecimento não garante o primeiro lugar do meu top a Ryan Adams como o ano passado conseguiu o Thom Yorke. Prisoner é intenso e acerta em cheio na tentativa de expressar sentimentos através da música, é sempre algo louvável quando não soa falso.
Relaxer é um álbum curto, mas tem lá tudo o que os antecedentes tinham e um pouco mais. Entre temas mais típicos como In Cold Blood, aos estranhos como Hit Me Like That Snare e os mais paradinhos para respirarmos um pouco, como Pleader, a única diferença para álbuns anteriores é a quantidade mais limitada de música.
A menina cresceu, lançou um novo álbum a relatar a sua vida de adolescente e mereceu aqui o lugar no meio da tabela. Tanto a artista como as histórias que narram são miúdas, mas a maturidade da música é de louvar, com atitude e intenção. Não é comum tanta evolução no bom sentido nestas idades de um primeiro álbum para um segundo trabalho.
Seja para ouvir do início ao fim ou ao contrário, Lamar lançou O álbum neste género. Seja através de colaborações ou nas músicas que se atira a solo aos versos preenchidos de significado, Lamar agarrou no To Pimp a Butterfly e criou algo melhor, reinventando-se, algo que se achava impossível.
O óptimo primeiro single The System Only Dreams in Total Darkness não é o melhor exemplo daquilo a que viria a soar o álbum dos americanos, mas a nível de qualidade, passando por diferentes registos, nunca baixa nem um pouco que seja. The National estão no topo do seu jogo e não parece haver fim para a ascensão.
É verdade que o Josh Homme não tem sido propriamente um grande exemplo neste final de ano, após determinados eventos com fotógrafos, mas o valor do último álbum da sua banda é inquestionável. Villains oferece um som um pouco mais groovy, mas continua a ser tudo o que se poderia esperar de um novo trabalho dos Queens of the Stone Age.
Talvez uma escolha pouco comum no topo dos álbuns deste ano, tornando-a ainda mais pessoal. Foi o primeiro álbum de 2017 que ouvi e o que me fez apaixonar, ao fim de três álbuns, completamente por The XX. O concerto no NOS Alive mostrou que a banda acrescentou um pouco de energia às músicas, tanto às novas como às mais antigas, e todo este conjugar de boas coisas é tanto quanto baste para me deixar rendido.